O ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos, preso hoje (10) em sua casa, no desdobramento da Operação Mercadores do Caos, foi levado por promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para a Cidade da Polícia, onde vai prestar depoimento na Delegacia Fazendária. Depois de exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), Edmar Santos será conduzido para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, uma vez que é oficial da corporação.
Além do mandado de prisão contra o ex-secretário, a 1ª Vara Criminal Especializada da Capital expediu mandados de busca e apreensão no apartamento do ex-secretário e na casa de campo dele, em Itaipava, na região serrana do Rio de Janeiro.
A operação desta sexta-feira (10) foi realizada pelo MPRJ, por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Delegacia Fazendária da Polícia Civil. Edmar Santos é apontado como integrante da organização criminosa que fraudou contratos de compra, em caráter emergencial, de respiradores pulmonares, para atendimento a pacientes com a covid-19.
Integrantes do MP e policiais civis apreenderam na casa do ex-secretário malotes com documentos e computadores.
A Justiça do Rio de Janeiro autorizou que o MPRJ tivesse acesso para extrair conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, como telefones celulares, computadores e pen drives, inclusive de registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos como WhatsApp, dentre outros. O trabalho técnico ficou a cargo da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
A 1ª Vara Criminal Especializada também acatou o pedido do MPRJ para arresto de bens e valores de Edmar até o valor R$ 36.922.920, equivalente aos recursos públicos desviados em três contratos fraudados para aquisição dos equipamentos médicos.
De acordo com o MPRJ, nas investigações, além do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, foi identificado que Edmar Santos fazia parte “da organização criminosa que se infiltrou e se apoderou das estruturas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio”. Ainda conforme o MP, o ex-secretário sempre alegou desconhecer a existência de qualquer esquema de desvio de recursos e, mesmo, após a prisão preventiva de membros da organização da qual fazia parte, permaneceu no cargo de secretário por algumas semanas, até ser exonerado em maio.