O Feminicídio foi tema de um debate realizado neste sábado (25), em São Gonçalo, entre a deputada estadual Zeidan (PT), o médico Dimas Gadelha, a psicóloga Mariantonia Graça e a psicanalista Fabiana Alcântara. Zeidan foi relatora da CPI do feminicídio na Assembleia Legislativa e ressaltou o aumento da violência contra a mulher ao longo da pandemia.
“É preciso falar de números para mostrar a vocês como a violência contra as mulheres está hoje no nosso estado. O primeiro decreto para combater a propagação do coronavírus no estado do Rio de Janeiro foi baixado em 13 de março de 2020. Desse dia até o final o ano, foram 293 dias em que o estado teve algum nível de isolamento social. Nesse período, mais de 73 mil mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no estado. Isso significa que 251 mulheres foram vitimadas por dia durante o isolamento social em 2020 no RJ. Esses dados fazem parte de um levantamento feito pelo Núcleo de Estudos ISPMulher, do Instituto de Segurança Pública. São dados alarmantes, precisamos combater essa violência em cada canto desse estado”, afirmou Zeidan.
Já o médico Dimas Gadelha colocou a importância das políticas públicas para garantir igualdade de direitos.
“De cada quatro mulheres, uma já sofreu violência e isso precisa ser combatido com as políticas em todos os níveis de poderes. A participação e o empoderamento das mulheres , assim como a qualificação dos serviços e dos profissionais podem nos ajudar a mudar esse cenário. Enquanto fui secretário de saúde tive essa preocupação de melhorar o atendimento e os serviços de saúde, principalmente para as mulheres que são inclusive maioria na nossa cidade, estado e país”, declarou Dimas.
A psicóloga Mariantonia Graça falou dos anos que passou ao lado de um marido que era violento.
“Foi difícil me livrar de um casamento onde sofria com a violência doméstica. Eu não tinha pai, mãe, irmãos e ele achava que eu seria eternamente dependente dele. Mas eu consegui sair dessa situação e estou aqui sendo exemplo para outras mulheres, pois a gente sempre pode o que a gente quiser, lutando e batalhando muito”, afirmou.
Já a psicanalista Fabiana Alcântara explanou sobre a importância do empoderamento feminino.
“Não podemos esperar que as mulheres virem números nas estatística do feminicídio. Precisamos cada vez mais de empoderamento feminino, é preciso que estejamos no mercado de trabalho. Ninguém é escravo de ninguém, precisamos estar com alguém por amor, por prazer e não por obrigação”, finalizou a psicanalista.
O debate ocorreu com a presença de aproximadamente cem pessoas, sendo a maioria da plateia composta por mulheres e lideranças de vários setores.