De acordo com um levantamento feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com informações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), 24.319 pacientes estão na fila de espera por um transplante de córnea no Brasil. Apesar do número de pessoas na fila ter dobrado entre 2019 e 2022, o volume de transplantes cresceu de 4.374 para 7.826 cirurgias.
Segundo o Sistema Nacional de Transplantes, o tempo médio de espera por um transplante de córnea é de mais de um ano tanto na rede pública quanto na privada. Nesse cenário, o Sudeste ocupa a primeira posição entre as regiões com mais transplantes – 46%.
Além disso, as pessoas entre 40 e 69 são as que mais procuraram o procedimento. Elas correspondem a 39,2% dos pacientes. Logo após vem a faixa de 20 a 39 anos, com 27%. Outros grupos também são favorecidos, como idosos com mais de 70 anos (25% dos casos) e crianças e adolescentes (8,4%).
Mais informações apresentadas pelo CBO:
- Entre 2012 e 2022 foram realizados 86 mil transplantes de córnea no Brasil.
- A fila de espera da cirurgia duplicou entre 2019 e 2022. Foi de 12.212 para 23.319.
- Em 2020 (o pico da pandemia), o número de transplantes atingiu o menor número da série histórica. Foram 4.374.
- São Paulo é o estado com mais centros de referência para esse tipo de procedimento. No país, apenas Acre, Amapá e Roraima não possuem nenhum centro.
- As mulheres são maioria quando o assunto é transplante de córnea só no Sudeste. Nas outras regiões, os homens prevalecem.
De acordo com o Ministério da Saúde, “o transplante permite que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão. Durante um transplante de córnea, o botão (ou disco) central da córnea opacificada (embaçada) é trocado por um botão central de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual por problemas de córnea”.
*estagiária sob supervisão de Raquel Morais