O que era para ser uma viagem de fé virou um pesadelo. Uma excursão liderada pela Igreja Lagoinha, de Niterói, com 103 pessoas, à Tel Aviv, em Israel, ficou presa no país, após este ser bombardeado em um ataque terrorista do grupo palestino Hamas, na manhã do último sábado, 07. Neste domingo, 08, o grupo espera que o governo brasileiro consiga aviões para levá-los de volta ao Brasil em segurança.
No final da noite do sábado, o pastor Felipe Valadão, líder da Igreja Lagoinha, postou uma live em suas redes sociais contando a situação de desespero em que vivem.
“A gente não sabe quando vai sair. Estão tentando adiantar o nosso voo, mas, o hotel está fechado. Então, estamos aqui no quarto. Deus é por nós. Começamos a arrumar a mala. Tem que ficar com a mala pronta, pois, se houver brecha, a gente vai. Se tocar sirene, tem que descer. A gente tem um salão de convenções no hotel, que agora a gente está fazendo culto. Pediram para a gente ir para o quarto e deitar. Quem for casal, um fica acordado e o outro descansa. Se tocar a sirene, tem que descer correndo lá para baixo. Praticamente não há comida. Só hambúrguer”, relatou Valadão, que estava acompanhado da mulher, Mariana Valadão.
Ele reclamou ainda de ataques de algumas pessoas nas redes sociais da igreja, criticando a política de Israel e a própria instituição religiosa.
“Falta senso de humanidade de algumas pessoas no Brasil. Hoje fomos atacados de uma forma, na rede social da igreja que nunca imaginei que seríamos atacados. Você não precisa gostar de mim, mas, ora por nós que estamos nessa guerra”, pediu.
Em outra postagem, o pastor pediu que as pessoas orassem pelo fim da guerra e que tudo volte ao normal.
“Ore agora clamando a Deus para que essa guerra em Israel pare e que tudo volte ao normal. Estamos aqui com 103 irmãos queridos e sem dúvida, nós vivemos neste lugar experiências absurdas, coisas que jamais eu poderia imaginar”, disse um trecho da postagem.
Governo brasileiro prepara resgate dos brasileiros
A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou neste domingo, 8, o início de uma operação de repatriação de brasileiros que estão na área de conflito em Israel e na Palestina. Seis aviões serão usados no resgate. No último sábado, 07, o Palácio do Itamaraty contabilizou um brasileiro ferido e dois desaparecidos. Voos devem sair de Israel esta segunda-feira, 09. O governo estuda acesso a outros aeroportos na área. A lista de passageiros deve ser fechada na manhã desta segunda-feira.
Segundo o governo, há seis aeronaves prontas para a missão:
dois aviões KC-30, com capacidade para até 230 passageiros cada;
dois KC-390, com capacidade para até 80 passageiros cada;
dois VC-2, cedidos pela Presidência da República, que podem transportar até 38 passageiros cada.
O governo brasileiro também deve enviar médicos e psicólogos para dar assistência aos brasileiros removidos.