Após 29 dias de greve, os vigilantes do Estado do Rio de Janeiro decidiram suspender a greve e aguardar o julgamento do Dissídio Coletivo de Greve pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). E para marcar o fim da greve, a categoria realizou manifestações na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, principal corredor financeiro de Niterói.
O movimento, que reuniu mais de 100 trabalhadores, foi encabeçado pelo Sindicato dos Vigilantes de Niterói e Regiões (SVNIT), e contou com o apoio e participação do sindicato da categoria do município do Rio de Janeiro.
“A suspensão da greve não quer dizer que vamos abandonar a luta. Vamos seguir cobrando o que entendemos ser direito do trabalhador. Não vamos aceitar qualquer corte de direitos. Somos seres humanos, não somos escravos”, explicou Cláudio Vigilante, presidente do SVNIT.
A categoria está enfrentando uma dura campanha salarial com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) suspensa há seis meses. Direitos garantidos, como o vale alimentação, reciclagem do trabalhador e recebimento horas extras a 100%, dentre outros, podem ser perdidos de acordo com os interesses dos empresários.
“O patrão não fez nenhuma proposta para resolver esse impasse. A categoria teve que continuar trabalhando mesmo durante a pandemia, mas estamos sem direitos pois a nossa CCT não foi assinada. Essa é uma demonstração clara da falta de respeito dos empresários com os trabalhadores”, destacou Antônio Carlos de Oliveira, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de Janeiro (SindVigRio).
A proposta de reajuste salarial feita pelos vigilantes é de reposição da inflação mais 100% de ganho real. Como o índice da inflação, em março, era de 4%, os vigilantes pedem a reposição e mais 4% de reajuste real. Além disso, o vale alimentação teria um reajuste de R$ 7 (passando de R$ 22/dia para R$ 30/dia).
Já a contraproposta da classe patronal é de congelamento do vale alimentação e do piso salarial, além do encerramento do plano ambulatorial dos vigilantes.