spot_imgspot_img

Leia a nossa última edição #72

spot_img
spot_imgspot_img

Homenagem a almirante causa discussão entre vereadores em Niterói

spot_imgspot_img

Mais lidas

O que era para ser a aprovação de uma simples homenagem, acabou causando uma discussão entre os vereadores Leonardo Giordano (PC do B), Douglas Gomes (PL) e Daniel Marques (União Brasil). O primeiro teve aprovado projeto de decreto legislativo que concedeu Medalha José Clemente Pereira – a maior hornaria da Câmara Municipal – ao almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, um dos responsáveis pela criação do projeto do primeiro submarino nuclear brasileiro.

“O almirante Othon é conhecido como o pai do programa nuclear brasileiro. Elaborou o projeto do primeiro submarino nuclear brasileiro. Em 2005, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a Presidência da Eletronuclear, convidado pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Em sua gestão, as obras da Usina de Angra 3, paradas por 23 anos, foram retomadas. Ocupou a presidência da empresa até 2015. Por sua enorme contribuição à soberania nacional e desenvolvimento autônomo do Brasil foi perseguido no processo de lawfare conhecido como lava-jato, que operava os interesses dos EUA no Brasil, e condenado a maior pena da operação com o objetivo de frear o desenvolvimento nuclear Brasileiro”, justificou Giordano.

Douglas Gomes disse que não votaria em uma homenagem para um corrupto.
“Ele foi condenado a 40 anos por corrupção”, lembrou o parlamentar.

“Engraçado você dizer que é contra votar em homenagem a corrupto. Você fez campanha para o governador Cláudio Castro, que é acusado de ser o responsável pelo esquema de rachadinha no Ceperj. A pena do almirante foi reduzida para quatro anos. O Judiciário reconheceu erros no processo”, respondeu o vereador do PC do B.

Quando Giordano contou que o ex-prefeito e atual secretário-executivo Rodrigo Neves elogiou a ideia da homenagem, Daniel Marques lembrou as acusações de corrupção contra Neves.

“Eu li o processo contra o ex-prefeito e tinha graves acusações ali. Um processo bem fundamentado”, disse Daniel.

“Rodrigo foi preso e não teve acesso às acusações contra ele. Não lhe deram condições de se defender. Em julho de 2022, a Justiça extinguiu o processo contra ele, por falta de provas”, recordou Giordano. Neves tinha sido acusado e fora preso no final de 2017 por suspeita de desvio de valores de gratuidade no transporte público coletivo de Niterói”, contou o comunista. Neves ficou 93 dias preso e foi solto por habeas corpus.

“A população confiou em Rodrigo e ele conseguiu eleger o sucessor dele”, recordou Giordano.


Sobre Othon – Ele nasceu em 1939 na cidade de Sumidouro, Rio de Janeiro. Conhecido como o pai do Programa Nuclear Brasileiro, graduou-se em 1960 na Escola Naval e em Engenharia Naval pela Escola Politécnica de São Paulo em 1966, com mestrado no MIT, Estados Unidos, em 1978. No mesmo período realizou uma segunda graduação em engenharia nuclear.

Retornado ao Brasil, foi incumbido de iniciar os primeiros estudos para um submarino nuclear brasileiro e liderou o Programa Nuclear Paralelo entre 1979 e 1994. Executado, sigilosamente pela Marinha, o projeto resultou no desenvolvimento de uma tecnologia nacional para enriquecimento de urânio pelo método de ultracentrifugação, que atualmente produz parte do combustível das usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Enquanto diretor de pesquisas do IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, foi altamente vigiado pela CIA, tendo o agente chamado Ray H. Allar morando no apartamento ao seu lado.

Por várias vezes, o Almirante Othon precisou desbaratar as forças da Agência Internacional de Energia Atômica, que tentou interferir no processo de desenvolvimento nuclear do Brasil. Othon precisou diversas vezes esconder nossos projetos da Embaixada dos EUA, que insistiu que seus funcionários fizessem inspeções em nossas usinas. O Almirante Othon chegou a trocar os equipamentos de Angra pelos alemães adquiridos na década de 1970 durante uma visita de autoridades estrangeiras e, em outra ocasião, tampou nossos reatores nucleares com lonas para manter o segredo.

Votaram contra a homenagem Daniel Marques, Douglas Gomes, Fabiano Gonçalves (Cidadania) e Paulo Velasco (Avante). Paulo Eduardo Gomes (Psol) preferiu se abster.

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

Últimas notícias

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img