Nesta sexta-feira (27/01), faz 10 anos do incêndio na Boate Kiss que provocou a morte de 242 pessoas, mais de 600 feridos e comove o país até hoje. O acidente ocorreu após o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acender um sinalizador que atingiu a espuma no teto da boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, por volta das 3h da manhã em 2013.
O incêndio na Boate Kiss é considerado a segunda maior tragédia em número de vítimas de incêndio. A primeira é a tragédia do Gran Circus Norte-Americano, ocorrida em 1961, em Niterói, que matou 503 pessoas.
O acidente começou porque a espuma do teto foi atingida por fagulhas e começou a queimar, com isso, a fumaça tóxica fazia as pessoas desmaiarem em segundos. Além disso, o pânico se instalou pois o local estava superlotado, não tinha equipamentos para combater o fogo, nem saídas de emergência suficientes e a luz caiu. Somando tudo isso, morreram tanto as pessoas que não conseguiram sair e quanto as que tinham saído, mas voltaram para ajudar.
O delegado regional de Santa Maria, Sandro Luiz Mainers, contou também que “algumas pessoas enganadas por duas placas luminosas que estavam sobre os banheiros da boate, correram na direção dos banheiros e não na direção da porta. Então, houve um fluxo e um contrafluxo. Algumas corriam para o banheiro e outras tentavam correr na direção da porta de entrada. Isso fez com que muitas pessoas morressem porque algumas acabaram sendo derrubadas, algumas caíram”.
Entre os 28 indiciados por envolvimento direto e indireto no incêndio estão os donos da boate, integrantes da banda, funcionários da prefeitura e, até mesmo, bombeiros. Dessas pessoas, apenas quatro foram levadas à julgamento e condenadas, porém, com uma manobra de advogados, conseguiram habeas corpus e estão soltas. Ou seja, nenhum responsável pelas centenas de mortes está preso atualmente.
*Estagiário sob a supervisão de Raquel Morais