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Instituto Vital Brazil perto de realizar testes do soro anticovid-19 em humanos

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Pesquisadores do Instituto Vital Brazil (IVB), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) respondem às últimas demandas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o pedido de ensaio pré-clínico do novo soro equino contra a Covid-19. Desse modo, esperam que ocorra em breve a liberação para o início dos testes em humanos, que serão realizados em parceria com o Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa. A pesquisa já foi aprovada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisas (Conep). Além disso, há um ensaio semelhante sendo aplicado na Argentina.

O ensaio pré-clínico prevê em sua estratégia duas fases para avaliar a eficácia e a segurança do tratamento a partir da aplicação do soro em pacientes hospitalizados e com sintomas leves. O medicamento será aplicado, inicialmente, em 41 pacientes. O estudo tem previsão para ser concluído em três meses e, durante esse período, serão avaliados tempo de internação, reações adversas, curva de redução de infecção pelo vírus, número de pacientes que necessitarão de entubação, índice de mortalidade e outros aspectos.

O Instituto Vital Brazil possui know how em produção de soros hiperimunes a partir do plasma de cavalos há mais de 100 anos. Desde que o seu fundador, Vital Brazil Mineiro da Campanha, desenvolveu o método para o tratamento dos acidentes ofídicos, as etapas de pesquisa e desenvolvimento avançaram na produção de soros.

“A soroterapia é um tratamento bem-sucedido, usado há mais de um século contra doenças como raiva, tétano e picadas de abelhas, cobras e outros animais peçonhentos como aranhas e escorpiões. O uso potencial da imunização passiva por esse tipo de terapia representa um caminho viável de combate à Covid. Os soros produzidos pelo Instituto Vital Brazil têm excelentes resultados de uso clínico, sem histórico de hipersensibilidade ou quaisquer outras eventuais reações adversas há décadas ”, explica Luís Eduardo Cunha, pesquisador do Vital Brazil.

A pesquisa do soro anticovid-19 recebeu aportes financeiros da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Governo Federal.

Além disso, haverá o investimento de recursos adicionais a fim de que o Instituto Vital Brazil aumente a produção de soro, a UFRJ e a Fiocruz analisem a eficácia do soro e da neutralização do vírus, e o Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa realize os ensaios clínicos. Para isso, serão empregados cerca de R$ 2,3 milhões da Faperj e de 1 milhão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) nos seguintes projetos: “Produção de soro hiperimune a partir de plasma de equinos para combate à Covid-19 como estratégia terapêutica no novo cenário mundial de pandemia”, submetido pelo pesquisador Luís Eduardo Ribeiro da Cunha, do IVB; “Estudos pré-clínicos e clínicos do de F(ab´)2 anti-Covid-19 produzido a partir da imunização de equinos com proteína S recombinante”, em proposta encaminhada pela cientista Leda dos Reis Castilho, da Coppe/UFRJ; e “Estudo clínico para avaliação de segurança e eficácia do uso de globulina hiperimune equina anti-SARS-CoV-2 em pacientes com covid-19”, de Jerson Lima Silva, pesquisador do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ em parceria com a Coppetec.

Segundo o presidente da Faperj, Jerson Lima Silva, os recursos disponibilizados irão permitir grande avanço na produção de soros hiperimunes contra a Covid-19. “Esse programa tem o mérito de reunir pesquisadores de renome de diferentes institutos de Ciência e Tecnologia, trabalhando em conjunto com os pesquisadores do Instituto Vital Brazil para dar um salto tanto na produção do soro quanto no desenvolvimento dos ensaios clínicos necessários para seu o uso futuro no tratamento de pacientes”, disse.

Diante da emergência sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, os pesquisadores do IVB, UFRJ, Fiocruz e I D’Or se uniram para o desenvolvimento do soro anticovid, utilizando como antígeno uma fração do SARS-CoV-2 (a proteína da espícula – proteína S). Os resultados iniciais foram animadores: os equinos inoculados com o vírus produziram um concentrado de imunoglobulinas que foi purificado e apresentou capacidade neutralizante superior ao plasma humano em 150 vezes.

Entenda a pesquisa – A pesquisa do soro anticovid-19 teve início em maio, na Fazenda Vital Brazil, em Cachoeiras de Macacu, quando cavalos foram inoculados com a proteína S recombinante do coronavírus, produzida na Coppe/UFRJ. Depois de sete semanas, o estudo revelou que os plasmas de quatro dos cinco animais apresentaram de 20 a 100 vezes mais anticorpos neutralizantes contra o novo vírus do que os plasmas de pessoas que tiveram a doença, tratamento também em estudo, chamado de “plasma convalescente”.

O soro do Instituto Vital Brazil passou por testes in vitro, ou seja, em laboratório, que comprovaram que o medicamento bloqueou a ação do vírus. A fase agora é delineamento dos protocolos clínicos, junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para, assim que possível, iniciar a etapa de testes clínicos em humanos. Assim que autorizada, a testagem do novo medicamento será feita em 41 pessoas em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).

Sobre o Instituto – O Instituto Vital Brazil completou 100 anos em junho de 2019. É uma empresa de ciência e tecnologia do Governo do Estado do Rio de Janeiro ligado à Secretaria de Estado de Saúde. É um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros e um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de animais peçonhentos para o Ministério da Saúde.

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