Após Frei Galvão, primeiro nascido em território brasileiro a ser canonizado em 2007, o país ganha agora uma nova intercessora; trata-se da (agora) Santa Dulce dos Pobres, a Irmã Dulce, canonizada neste domingo (13) no Vaticano. Soteropolitana e conhecida como “anjo bom da Bahia”, histórias de graças alcançadas não faltam dentre os devotos da então beata.
“Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com autoridade de nosso senhor Jesus Cristo, os santos apóstolos Pedro e Paulo, depois de haver refletido longamente, ter invocado a ajuda divina e escutado o parecer de muitos irmãos do episcopado, declaramos e definimos santos os beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bauys”, declarou o Papa Francisco, autoridade máxima da fé católica, em latim.
Santa Dulce dos Pobres é a primeira mulher nascida no Brasil a alcançar a alcunha de Santa. Falecida em 1992, a história de vida da Irmã Dulce foi dedicada aos pobres, doentes e aos socialmente excluídos. Pequenina, com menos de um metro e meio e pouco mais de 40 quilos, a nova santa era grande na boa vontade.
“É uma fonte de inspiração. Transpirava, respirava e inspirava o bem. Ela viva para isso. Ela não desesperava: ‘pode deixar, Deus vai dar um jeito. A noite pode ser muito longa mas chega o dia’”, lembra o o advogado Antônio Gilvandro Neves “Irmã Dulce era o céu encarnado em uma pessoa”, destaca.
Uma das histórias mais marcantes da nova santa brasileira se passou nos anos 1940. Relatos dão conta de que a irmã não tinha para onde ir com 70 doentes, e conseguiu abrigar as pessoas em um galinheiro, ao lado de um convento de Salvador. Hoje, as Obras Sociais Irmã Dulce realizam, segundo a entidade filantrópica, 3 milhões de procedimentos ambulatoriais, por ano, em todo o estado da Bahia – e só faz atendimentos gratuitos, pelo SUS.
A beatificação de Irmã Dulce aconteceu em 2011, após ter o primeiro milagre reconhecido. Relatos dão conta de que a primeira graça alcançada foi a recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica. Em 2014 veio o segundo milagre. O maestro José Maurício, que perdera a visão em 2000, voltou a enxergar em 2014 após fazer uma prece para a então beata “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”.
Autoridades brasileiras acompanharam a cerimônia (vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB); o governador da Bahia, Rui Costa (PT); o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM); e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM)). Antes da missa, a cantora baiana Margareth Menezes, o padre Antonio Maria e o sanfoneiro cearense Waldonys tocaram e cantaram no altar a música oficial da canonização, intitulada “Doce Luz”.
*com informações da Radioagência Brasil