Um grande sonho pode estar próximo de se realizar; uma parceria da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) com a Universidade Federal Fluminense (UFF) aplicará, no sistema lagunar de Maricá, uma técnica de despoluição que já foi aplicado no Japão, Índia, Egito e aqui no Brasil, nas lagoas da Pampulha (MG), Jansen (MA) e Jequié (BA).
Esse projeto deve ter duração de até 36 meses e, para a despoluição (que também deve ser feita nos rios e canais da cidade), vai ser utilizada uma técnica que consiste na utilização de microrganismos para a depuração e consumo do lodo e matéria orgânica em excesso na lagoa. “Agora começam os estudos, e em meados de setembro começa a aplicação dos organismos, e isso leva de seis a oito meses para que apareçam os primeiros resultados”, explicou o superintendente do Parque Tecnológico de Maricá (PqTec), Tiago de Paula, que é um dos envolvidos no projeto.
Esse é um processo menos agressivo de despoluição, dado que por anos houve descargas de esgoto sanitário in natura, além da falta de estrutura de saneamento na cidade. “Estamos chamando de ‘dragagem biológica’, e com isso as águas das lagoas da cidade tendem a ficar mais claras, como acontecem sempre que o canal da Barra de Maricá é aberto”, explicou Tiago.
O impacto positivo poderá ser sentido em diversos aspectos. Além de dar balneabilidade às lagoas, o ramo pesqueiro também vai poder observar um aumento na produção, sobretudo na área de pescados e de camarões. O turismo também pode ser impactado positivamente.
“Todo esse espelho d’água, todas as orlas das lagoas dessa parte mais populosa (Itapeba, São José, Ponta Grossa, Parque Nanci, Mumbuca, Centro, Araçatiba, Boqueirão…), toda essa área que tem um potencial turístico mas que acaba ficando em segundo plano porque tem um aspecto de poluído, vai ser revitalizado”, disse o superintendente do Parque Tecnológico. “Isso resolve um problema turístico de Maricá, que não é um balneário por conta do mar perigoso, então aumenta muito o potencial turístico da cidade”, analisa.