O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na quarta-feira (29), que o enfrentamento ao crime organizado precisa ser firme, mas sem colocar em risco a vida de policiais e da população civil. A declaração foi feita após reunião entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), realizada no Palácio Guanabara, para tratar da Operação Contenção, a mais letal da história do estado, com mais de 120 mortos.
Em suas redes sociais, Lula destacou a importância de uma atuação integrada e equilibrada:
“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco.”
Durante o encontro, Lewandowski e Castro anunciaram a criação de um escritório emergencial de combate ao crime organizado, que será coordenado pelo secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, e pelo secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo.
O ministro da Justiça reforçou o apoio do Governo Federal ao estado, oferecendo peritos criminais, médicos legistas, odontologistas e acesso a bancos de dados nacionais — como DNA e balística — para fortalecer as investigações.
Lewandowski também destacou que o governo federal não pretende confundir facções criminosas com terrorismo, como vêm sugerindo algumas autoridades locais.
“O terrorismo envolve motivação ideológica e política, com atentados esporádicos. As facções criminosas praticam crimes sistematicamente. São duas realidades distintas e que exigem formas diferentes de enfrentamento”, explicou.
Segundo o ministro, a situação no Rio é “muito grave”, exigindo ação coordenada entre União, estados e órgãos de controle. Ele ressaltou que o novo escritório será o embrião de uma política nacional articulada pela PEC da Segurança Pública, que busca fortalecer a integração entre as forças estaduais e federais.
Além disso, o Governo Federal informou que até o fim do ano a Polícia Rodoviária Federal aumentará em 50% seu efetivo no Rio, com a chegada de 350 novos agentes.
O governador Cláudio Castro afirmou que a prioridade agora é “integrar inteligências e derrubar barreiras burocráticas” para dar mais eficiência às ações de segurança.
Lewandowski reforçou que o momento é de cooperação e solidariedade:
“Vivemos em um federalismo cooperativo. O problema de uma unidade da federação é o problema de todo o país.”




















