Após a megaoperação considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, moradores encontraram mais de 50 corpos no Complexo da Penha, na Zona Norte. Segundo relatos e imagens publicadas nas redes sociais, cerca de 40 deles foram levados, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29), para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas — uma das principais vias da região. Outros permanecem na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os principais confrontos entre as forças de segurança e traficantes.
No Complexo do Alemão, moradores também relataram o resgate de corpos durante a madrugada. Seis deles foram levados ao hospital local e ainda não estão contabilizados no saldo oficial de 64 mortos da megaoperação realizada nesta terça (28).
- números em atualização

IML do centro fechado só para os mortos na operação
Devido ao alto número de mortes, a Polícia Civil informou que o atendimento às famílias será feito no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico Legal (IML), a partir das 8h. O acesso ao IML ficará restrito aos peritos e ao Ministério Público, que acompanham os exames. As demais necropsias, sem relação com a operação, serão transferidas para o IML de Niterói.
O Governo do Estado anunciou uma entrevista coletiva para apresentar o balanço final da operação e exibir o material apreendido, marcada para 11:30, na Cidade da Polícia.

Ação nas comunidades da Penha e do Alemão se torna a mais letal da história do Rio, com número recorde de mortes em uma única operação policial
Com o total de 81 presos e quase 100 fuzis apreendidos, a ação já é considerada a maior chacina da história do estado, segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O número de mortos na operação — que já era recorde antes da chegada dos novos corpos na manhã desta quarta-feira — representa cerca de um quinto de todas as mortes registradas em ações policiais em 2025, que somam 353 até o momento. Segundo o levantamento mais recente, a ação deixou ainda 11 civis e 8 policiais feridos, além de três pessoas atingidas por balas perdidas.
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, as operações mais letais do Rio de Janeiro nos últimos anos foram:
- 28 de outubro de 2025: Complexos da Penha e do Alemão — 60 civis mortos ( em atualização)
- 6 de maio de 2021: Jacarezinho — 27 civis mortos
- 24 de maio de 2022: Complexo da Penha — 23 mortos
- 21 de julho de 2022: Complexo do Alemão — 16 mortos
- 23 de março de 2023: Salgueiro — 13 mortos




















