O Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá, adquiriu a máquina MPima que realiza teste de HIV de forma mais ágil reduzindo consideravelmente o tempo de diagnóstico de um paciente. Com esta nova tecnologia, o resultado, que antes demorava cerca de 40 dias, agora vai sair em aproximadamente uma hora.
Além de confirmar a doença, o exame feito pelo maquinário permite o médico identificar com maior precisão sua carga viral (intensidade da doença), otimizando o tempo de tomada de decisão quanto ao tratamento. A máquina MPima já está pronta para ser utilizada.
Para a secretária de Saúde, Simone Costa a utilização do novo aparelho será de extrema importância, principalmente quando for implementado o Centro de Testagem Anônimo (CTA) móvel, cujo pedido já foi feito e está em fase de cotação. A unidade móvel possibilita que a equipe de saúde vá a locais de difícil acesso, além de atuar em eventos onde tenha uma concentração de pessoas.
“Com o teste rápido o médico descobre a patologia e a sua evolução para definir o tratamento. Como o equipamento é pequeno, ele cabe no nosso CTA móvel. Com isso, Maricá está sendo pioneira. É a tecnologia chegando com o tempo menor de ação para o usuário e é isso que precisamos ter. É um diagnóstico rápido, com um tratamento rápido para a AIDS não matar mais ninguém”, enfatizou.
Segundo o coordenador do programa DST/AIDS de Maricá, Marcelo Costa Velho, a vantagem do instrumento é que o tubo utilizado para a coleta de sangue necessita de aproximadamente 250 microlitros, diferente do material anterior que necessitava de cerca de 5 ml.
O médico ressaltou ainda a importância da carga viral em exames com gestantes que tenham o vírus da AIDS. Nesses casos, a rapidez do resultado pode evitar que a doença seja transmitida para o bebê. “É importante para ver se conseguimos o controle da carga viral do HIV. Isso permite tomarmos decisões que impliquem diretamente na prevenção da transmissão do vírus da mãe para o filho. Hoje conseguimos evitar que a criança nasça com HIV”, relatou.
De acordo com o médico virologista e titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amilcar Tanuri, sem o maquinário, o teste da carga viral era realizado em laboratórios específicos, como o Miguelote Viana, em Niterói. Agora, com o novo equipamento, o processo será realizado no próprio Hospital Municipal Conde Modesto Leal. “Isso pode ser feito no mesmo dia. Antigamente demorava cerca de 30 dias. Essa diferença de tempo de 20 a 30 dias pode ser crucial para iniciar um tratamento ou trocar medicação para não ter resistência. Isso tem maior qualidade e um impacto econômico no tratamento do paciente”, avaliou o professor, que é um dos responsáveis pelos estudos.