Executivos de Maraey, principal empreendimento turístico-imobiliário sustentável do Brasil que está sendo desenvolvido em Maricá, anunciaram na última quarta (8) uma parceria com o Laboratório de Ecologia Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A ideia é a criação do Projeto de Estratégia de Proteção da Biodiversidade e Sustentabilidade da Restinga de Maricá.
Serão diversos estudos a serem desenvolvidos para a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) na Área de Proteção Ambiental (APA) no município. O trabalho se inicia agora e segue ao longo de 2023. O Laboratório de Ecologia Aplicada, que coordenará as atividades, é parte do Departamento de Ecologia do Instituto de Biologia da universidade.
Durante o processo, serão realizadas várias etapas de pesquisas, desde a identificação de estudos já realizadas ou em andamento na área, diagnóstico ambiental, elaboração do mapa da RPPN e levantamento da vegetação, flora e fauna locais – que atualmente contabilizam mais de 800 espécies animais – que incluem 67 tipos de mamíferos, 223 de aves, 61 de répteis e anfíbios, 368 de insetos e 84 de espécies aquáticas – além de 522 espécies diferentes de flora.
A Professora Associada e pesquisadora da UFRJ Maria Fernanda Santos Quintela da Costa Nunes, coordenadora do projeto, destaca a relevância desse esforço para a proteção da área. “Há uma necessidade urgente de um instrumento de ordenamento, planejamento e gestão integrada que seja capaz de conciliar o uso planejado e sustentável dos recursos naturais e socioeconômicos com a essencial proteção do patrimônio natural e cultural de toda a região”, afirma.
A primeira fase dos estudos, coordenados pelo Laboratório de Ecologia Aplicada da UFRJ, envolve o processo de criação da RPPN, uma unidade de conservação de proteção integral. A segunda fase prevê a elaboração do plano de manejo da reserva, que envolverá diversos laboratórios da mesma universidade, com uma contribuição efetiva na formação de estudantes de graduação e de pós-graduação, que serão diretamente envolvidos em todas as pesquisas.
David Galipienzo, diretor executivo de Maraey, sinaliza que o projeto também vai contribuir de forma indireta para a proteção dos ecossistemas lacustres associados à restinga, assim como dos cordões litorâneos. “Temos como objetivo principal a criação da RPPN para proteção da biodiversidade e o fortalecimento da gestão da APA de Maricá”, ressaltou.
“A criação da RPPN reforça o total interesse na conservação da Restinga de Maricá por parte de Maraey, já que protegerá de forma integral e permanente mais da metade da restinga, incluindo os principais remanescentes dos habitats existentes na atualidade. Não apenas áreas de restinga e floresta, também irá impactar positivamente áreas alagadas intercordões, principal habitat do peixe das nuvens”, diz.
Reserva de Restinga de 440 hectares de proteção integral – Com quase 440 hectares, a área da RPPN corresponderá a mais da metade da área de MARAEY e será a segunda maior reserva de restinga do Estado do Rio de Janeiro e a quinta maior do Brasil, com garantia de proteção integral e perpétua para o ecossistema local.
Após a implantação do projeto, Maraey iniciará, ainda, um trabalho para a recomposição de mais de 165 hectares de vegetação nativa de restinga, ampliando a mancha de vegetação conservada em relação à situação pré-empreendimento.
Além da proteção desta grande extensão para a conservação da fauna e flora da restinga de Maricá, os programas de resgate, manejo e monitoramento, somados à criação de um viveiro para a produção de mudas de vegetação nativa, garantirão a preservação das espécies ameaçadas que habitam na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá.