O mês de outubro proporcionou a Maricá, Niterói e região longos períodos de chuva. Desde seu inicio, o mês registrou 26 dias de chuva, um fato atípico que não acontecia há alguns anos no estado.
No último fim de semana de outubro e que marcou o inicio de novembro, Maricá registrou o acumulado de aproximadamente 69,44 mm no pluviômetro em apenas 24 horas de chuva. Cidades como Niterói, Itaboraí e Saquarema entraram em estágio de atenção devido a grande quantidade de chuva. Embora o tempo tenha começado a ganhar estabilidade, ainda há probabilidade de chuva na região.
De acordo com o meteorologista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Márcio Cataldi, o mês de outubro foi uma fase de transição, de período seco para período úmido.
”Esse mês de outubro não tivemos nenhuma fenômeno impactante como o La Nina. Foi um mês que a atmosfera ficou mais ‘solta’, digamos assim e em geral, períodos assim registram mais instabilidade e mais chuva. Foi atípico porém houve certa previsão. ” afirmou Cataldi ao Errejota Notícias.
Ainda de acordo com Cataldi, as chuvas de outubro podem auxiliar no reabastecimento dos reservatórios e ajuda principalmente na questão de abastecimento de água nos municípios da região após o período de estiagem de setembro.
Mas a crise hídrica não consegue ser completamente solucionada com um mês chuvoso. Segundo o meteorologista, a crise hídrica de 2020/2021 está sendo diferente da crise de 2013/2014, onde o ponto mais afetado era o abastecimento de água. Em 2021, o maior impacto da crise hídrica está sendo a geração de energia. Há também as mudanças climáticas que podem resultar em impactos extremos e grandes interferências no clima.
”Com as mudanças climáticas, a expectativa é que tenhamos eventos extremos mais frequentes. Um exemplo disso foi setembro ser um mês com pouca chuva e outubro ter sido um mês que registrou muita chuva. Esses eventos extremos sinalizam o desequilíbrio do planeta.” ressalta Cataldi.
Em novembro, inicia a influencia do fenômeno La Nina. A previsão é que as frentes frias fiquem um pouco mais escassas e tenha uma diminuição da chuva no sul e sudeste do Brasil. Cataldi afirma que a expectativa é que novembro e dezembro sejam meses mais quentes no Rio de Janeiro. O La Niña se intensificará nas próximas semanas e só vai perder força na primavera de 2022.