Maricá irá iniciar na próxima segunda-feira (24), a 2ª fase do Sentinela Maricá, uma pesquisa que fornece dados para a cidade para realizações de medidas no combate a pandemia do coronavírus. Essa nova etapa terá três ciclos, com 1.155 domicílios escolhidos, e visa medir o percentual de pessoas infectadas pelo novo coronavírus ou que já comprovadamente o tiveram.
Realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) em parceria com a Secretaria de Saúde, permitirá um mapeamento do vírus e de sua evolução. Essa precisão na incidência de casos servirá para embasar as ações do município.
Para o infectologista e subsecretário de Saúde Marcelo da Costa Velho, os ciclos Sentinela têm sido determinantes na condução e reorganização do enfrentamento ao novo coronavírus.
“Esse estudo nos permite conhecer diferentes variáveis que auxiliarão as ações de enfrentamento à Covid-19″, avalia. “Dada a situação de aumento de transmissão no Brasil, provavelmente associada ao aparecimento e circulação das novas variantes, o estudo serve para auxiliar nas ações de enfrentamento do novo coronavírus”, completa.
Como será?
As equipes formadas por agentes da Estratégia de Saúde da Família serão deslocadas para 38 setores censitários, baseado na classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em cada distrito selecionado aleatoriamente, serão dez domicílios visitados pelos agentes.
O biólogo, coordenador da pesquisa e chefe de gabinete do ICTIM, Carlos Senna, explica que nos locais serão oferecidos termos de consentimento livre e, a cada residente, será informado o motivo da pesquisa para sua autorização e assinatura, acompanhado de um questionário.
Após esta etapa, será feito um exame sorológico (coleta de sangue) em cada residente selecionado, além de um exame tipo Swab de nasofaringe para execução de um teste de RT-PCR.
Na realização do Sentinela em 2020, foram colhidas 376 amostras no primeiro ciclo (6 a 23 de outubro) e 384 no segundo (24 de novembro a 6 de dezembro).
“As equipes atingiram 97% da meta de visitação e, desse número, 8% apresentaram sorologia positiva. Outro dado extraído do estudo é que a maioria das amostras de sorologia positiva vieram do distrito de Inoã, revelando que foi a área mais atingida pela pandemia, isso se comparado com outros bairros como o Centro, Manoel Ribeiro e Ponta Negra”, esclarece Senna.
Consultor do ICTIM, o coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, professor Amílcar Tanuri, ressalta que o projeto busca o retrato mais preciso possível do perfil epidemiológico da cidade e identifica as áreas de surto.