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Maricá: Recenseador do IBGE é vítima de racismo

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Um recenseador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi vítima de racismo na noite desta quarta (17). O profissional foi chamado de “macaco” enquanto tentava realizar a entrevista do Censo Demográfico 2022.

“Eu já tinha ido lá algumas vezes e não tinha sido atendido. Depois de algumas tentativas, uma funcionária dele mandou eu voltar após as 19h, pois seria a hora que os proprietários chegariam. Eu fui e tudo isso aconteceu”, contou Fabiano dos Santos Gomes ao jornal “O São Gonçalo”.

De acordo com o recenseador, o entrevistado não acreditou que a entrevista poderia acontecer a noite. “Ele me atendeu da janela e pareceu desconfiado. Disse que a gente não trabalhava a noite, quando eu disse que trabalhávamos sim, ele duvidou. Mostrei, de longe, o uniforme, boné, aparelho que usamos. E quando ele viu tudo gritou me chamando de macaco”, disse Fabiano, que contou ter ficado sem reação. 

“Na hora eu não sabia o que fazer. Fiquei desnorteado. Nunca tinha passado por isso. As pessoas de Maricá têm sido bem acolhedoras, receptivas. Eu não sabia o que fazer e cheguei a pensar em ir embora, mas, na hora, tive a certeza que não poderia deixar para lá”, disse. 

Fabiano acionou a supervisora, que junto com a coordenadora foi ao local onde o fato ocorreu. Eles chamaram a polícia e quando a PM chegou o autor foi chamado no portão novamente. Ele negou o fato e alegou não ter dito nada ofensivo contra o trabalhador. 

“Ficou minha palavra contra a dele. E uma coisa me aborreceu muito, pois chegaram a falar que não ia dar em nada, pois eu não tinha testemunhas. Mas nós do IBGE trabalhamos sozinhos. Nunca vamos ter testemunhas”, lamentou.

Fabiano criticou o racismo estrutural da sociedade brasileira. “Se uma pessoa for à delegacia, me descrever e disser que eu sou o ladrão, a polícia me pega como acusado e me leva pra delegacia dizendo que sou ladrão. Um negro apontado como bandido vira bandido. Mas um negro que é vítima, precisa de testemunha, precisa se explicar”, desabafou. 

O caso foi registrado na 82° DP – Maricá como crime de injúria racial.

*Por Jussiara Souza, estagiária sob supervisão de Lucas Nunes

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