As oportunidades do petróleo para o desenvolvimento de Maricá revelam um potencial para negócios estratégicos na cidade. Maricá está a 60 km do Centro do Rio de Janeiro. A cidade tem 150 mil habitantes e área de 363 km2, o que garante a confrontação de 48,9% aos campos do pré-sal da Bacia de Santos. As áreas de exploração ficam a 200 km da costa, um percurso 100 km menor em relação a Macaé.
Com todas essas características, a Prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), trabalha para fomentar a atração e a expansão de investimentos. Entre os principais projetos estão o Aeroporto Inteligente de Maricá, os Parques Industrial e Tecnológico e o Plano Diretor/Mobilidade Urbana.
“Maricá vive um momento especial com o aumento das receitas dos royalties, que garantem investimentos em infraestrutura, logística e tecnologia”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Alan Novais. “Estamos construindo novas vias, reformando e ampliando o aeroporto, construindo polos tecnológico e industrial, conectando a cidade com fibra ótica e avançando para uma smart city, além de investir em saúde e educação”, conclui.
O aeroporto, com vocação offshore, já pode atuar na aviação geral e proverá apoio logístico para as plataformas, serviço de táxi aéreo para outras cidades e manutenção e abastecimento de aeronaves.
Estão previstas ainda a construção de novos hangares e de um hotel executivo. A previsão é de 180 ciclos de pousos e decolagens por dia. Por conta de sua localização estratégica, o tempo de voo, em relação aos demais aeroportos da região, é menor até a Bacia de Santos.
Numa segunda fase, a Codemar prevê a implantação do Plano Diretor do Aeroporto, a expansão do pátio, a instalação de balizamento noturno, a construção de um novo terminal de passageiros e de galerias de lojas, entre outras opções atraentes para investimentos.
“A economia de Maricá começa a ser alavancada com a intenção de trazer ao município indústrias que se consolidem e que afirmem como município industrial”, garante o presidente da companhia, José Orlando Dias.
O aumento progressivo da produção do Campo Lula levou o município a assumir, em 2017, a liderança em recebimento de royalties. Isso ocorreu em função tanto da operação das FPSO Cidade de Maricá, Cidade de Saquarema e Cidade de Ilhabela naquele campo, tanto do declínio na produção da Bacia de Campos – Campos e Macaé agora arrecadam menos. As oportunidades de investimentos poderão crescer ainda mais com o avanço da produção do Campo Lula e das outras áreas da Bacia que ainda entrarão em produção, após o leilão promovido pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Outro potencial estratégico de Maricá é o fato do gasoduto Rota 3, que a Petrobras construirá para abastecer o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, a 34 km da cidade, cortar o município. A tudo isso, soma-se a proximidade de Rio das Ostras, Campos e Macaé, bem como a boa localização em termos portuários. O porto do Rio está a 60 km e os de Sepetiba e do Açu também não estão distantes. O município, no entanto, aposta na construção do Terminal Ponta Negra (TPN), em Jaconé, obra privada de R$ 5,5 bilhões que permitirá a movimentação de 85 mil barris/dia em transbordo – operação custosa hoje feita em alto mar. A instalação, sobre as melhores isóbaras do litoral sul americano para um porto onshore, permite até a atracação dos supertankers da classe VLCC (Very Large Crude Carrier), além de porta-contêineres (movimentação anual prevista em torno de 1,5 milhão de unidades). A construção do TPN, que já tem a licença ambiental prévia, significa para Maricá a geração de 13 mil empregos diretos e indiretos.