Uma menina de 11 anos foi alvo de racismo dentro da Papelaria Tids, no Centro de Niterói. Jaiane dos Santos, mãe da criança, disse que um segurança seguia sua filha dentro da loja e que, quando mãe e filha foram surpreendidos, saíram loja e não deram resposta. Segundo ela, o segurança achou que a criança iria roubar alguma coisa.
“Pra mim foi racismo, pela nossa cor. Ele já estava seguindo a ela e eu só me liguei depois. O segurança me confirmou que estava seguindo a minha filha. Eu disse que ela estava comigo e perguntei se ele estava acusando a ela de roubo e ele simplesmente saiu de perto e não me respondeu”, contou a mãe da criança.
Jaiane ainda disse que foi na 76° DP, no Centro de Niterói, porém, ninguém a atendeu corretamente, fazendo com que ela fosse em uma delegacia no Rio de Janeiro.
“Eu cheguei na delegacia e ninguém olhou na minha cara. O rapaz disse que eu deveria ir na delegacia da mulher (logo em cima), porém chegando lá disseram que não poderiam me ajudar, que eu teria que fazer um registro de ocorrência online”, disse Jaiane.
Pela manhã, Jaiane foi, acompanhada da sua filha e do advogado Daniel Vargas, até a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde o caso foi registrado.
Em menos de cinco dias, outra criança foi alvo de racismo em um município vizinho, São Gonçalo. A mãe da criança de 10 anos, Célia Leite, relatou que a criança sofreu ofensas nas redes sociais após uma publicação com a legenda “Essa pessoa está sendo procurada por roubar toda beleza do mundo”, e comentários a chamando de “preta”, “macaca”, “só nascendo de novo”.
A equipe do ErreJota Notícias entrou em contato com o advogado da Papelaria Tids, Márcio Delambert, que disse “não ter conhecimento dos fatos, mas está verificando o mal-entendido junto aos seus funcionários e não compactua com nenhum comportamento racista ou preconceituoso”.
*estagiário sob supervisão de Lucas Nunes
