A Intervenção Federal decretada na última sexta-feira (16) gerou discussão durante a primeira sessão ordinária de 2018 na Câmara Municipal de Maricá. O decreto dividiu a opinião dos vereadores da Casa Legislativa. No entanto, todos concordam com o risco de criminosos oriundos do Rio se deslocarem para Maricá. Eles acreditam que com o Exército “sufocando” a criminalidade na Capital, os índices deverão crescer na cidade.
O vereador Dr. Richard (PT) sugeriu fechamento das entradas e saídas de Maricá para inibir o acesso de meliantes, por meio de mais policiamento. Além de mais policiamento nos condomínios do Minha Casa, Minha Vida.
“Concordo com relação à deficiência do Governo, mas me gera preocupação de para onde vão esses criminosos. Acho que temos que fazer uma política de fechamento de nossas entradas porque sabemos que eles vão fugir do Rio. Precisamos ter uma política de abordagem policial. Precisamos criar barreiras para impedir que Maricá seja contaminada com maus elementos”.
O presidente da Câmara, Aldair de Linda (PT), foi incisivo ao pedir mudanças imediatas no Código Penal Brasileiro editado em 1940. Ele ainda pediu a valorização do trabalho da Polícia Militar.
“O Executivo fez sua parte até onde deu. Acho covardia o policial estar com o 13º salário atrasado. O PM prende e no dia de folga tem que ir ao fórum. O policial não tem condição de manter sua família, ele trabalha estressado e no limite. Acho que essa intervenção é para ocultar a votação da Reforma da Previdência. Eles deveriam mudar o Código Penal que é arcaico. O policial prende hoje e em 30 dias o vagabundo está solto”.
Chiquinho (PP) corroborou com a ideia do presidente. Ele ainda opinou dizendo que criminosos dispõem de equipamentos melhores que os próprios policiais. “Salário atrasado, viaturas arrebentadas. Tem que dar condições. Nossos policiais fazem um bom trabalho, mas faltam condições. Hoje os bandidos estão mais bem armados que o policial militar”.
O vereador Filippe Poubel (DEM) é a favor de punições severas para criminosos. Ele ainda elogiou a qualidade do trabalho do Exército Brasileiro. “Sou a favor da Intervenção, mas quero esta com excludente de ilicitude. Tem que matar essa bandidagem e não punir os militares. Esses vagabundos tiram vidas e nada acontece”.
Ricardinho Netuno do PEN sugeriu que os militares fossem alocados nas UPPs enquanto os PMs foram redirecionados aos seus batalhões de origem. “Teria que colocar os militares nas UPPs e os policiais em seus batalhões. Notei que depois que assinamos o Proeis, a violência está aumentando em Maricá. Não vemos mais viaturas da PM nas ruas, apenas do Proeis”.
O vereador Rony Peterson (PR) acredita que a intervenção não surte efeitos significativos.
“Não consigo enxergar nessa intervenção o propósito de atuar na segurança. Espero estar enganado. Maré, Rocinha, Alemão, qual foi o efeito prático dessas intervenções? O resultado prático foi zero”.
O vereador Marcinho da Construção (DEM) apontou que já fez uma indicação sugerindo um sistema monitoramento via fibra ótica. “Chegamos a um ponto que ou temos um sistema de inteligência ou a criminalidade vai migrar para cá”.
O parlamentar Dr. Felipe Auni (PSD) pediu liberdade no trabalho da Segurança Pública no RJ.
“Temos que dar liberdade para nosso policial militar, civil, bombeiro e Exército. Eu gosto dessa frase de bandido bom é bandido morto. Não podemos seguir com esse medo. É o militar na rua mesmo”.