Morreu na manhã desta quinta-feira (27), o sambista Nelson Sargento, aos 96 anos. Sargento foi diagnosticado com o novo coronavírus na última sexta-feira (21), quando foi internado, mas não resistiu as complicações da Covid-19.
O sambista Nelson Sargento estava internado em estado grave no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), desde o último dia 20, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado de saúde, em geral. Ao chegar no Inca, foi realizado o teste de covid-19, que resultou positivo.
No sábado (22), ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI), com piora do padrão ventilatório e hipertensão, respirando com auxílio de máscara de oxigênio. No dia 26 de fevereiro, o compositor da Mangueira recebeu a segunda dose da vacina contra a covid-19 em casa.
Nota do Governador do Estado, Cláudio Castro
O samba e o Rio de Janeiro perderam hoje um de seus ícones. Cantor, compositor e artista plástico, Nelson Sargento deixou uma obra marcante, principalmente enaltecendo a sua querida Estação Primeira de Mangueira. Minha solidariedade a familiares, amigos e seus muitos admiradores, como também a todos que perderam pessoas queridas nesta pandemia.
História
Sargento foi um dos maiores representantes do samba. Além de cantor, compositor, pesquisador, artista plástico, ator e escritor, era presidente de honra da Mangueira e apaixonado pelo Vasco da Gama.
Como escritor escreveu “Prisioneiro do Mundo” e “Um certo Geraldo Pereira”. Atuando como artista, participou dos filmes “O Primeiro Dia”, de Walter Salles e Daniela Thomas, “Orfeu”, de Cacá Diegues, e “Nélson Sargento da Mangueira” de Estêvão Pantoja. Esse último rendeu ao sambista o prêmio Kikito, no Festival de Gramado, pela melhor trilha sonora entre os filmes de curta metragem.
Nascido em 25 de julho de 1924, na Praça 15, Nelson Mattos ganhou o apelido de Nelson Sargento depois de uma rápida passagem pelo Exército. A música surgiu em sua vida ainda na adolescência.