Morreu nesta segunda-feira (29) o músico e compositor Marquinhos PQD, figura marcante do samba carioca. O artista estava internado há alguns dias e não resistiu.
A produção do sambista informou que ele deixa um legado de vida, samba e muito axé, que permanecerá vivo na cultura popular e no coração de todos os que conviveram com ele. Ainda não há informações confirmadas sobre o velório e o sepultamento.
O Império Serrano, escola com a qual Marquinhos mantinha profunda ligação, lamentou a perda e destacou sua importância:
“Grande amigo da nossa escola, Marquinhos esteve inúmeras vezes em nossa quadra, levando seu talento, sua alegria e sua voz marcante ao nosso povo. Foi parceiro em obras inesquecíveis, inclusive ao lado de Arlindo Cruz, fortalecendo ainda mais a história do samba. Nesse momento de dor, toda a família imperiana se une em solidariedade a familiares, amigos e admiradores deste artista que tanto contribuiu para a cultura popular brasileira.”
Marquinhos PQD deixa saudades, além de um legado eterno de samba, poesia e amizade.
Carreira de sucessos e amizades
Marquinhos PQD descobriu cedo o gosto pela música. Dos 8 aos 12 anos, o violão já fazia parte da sua rotina, dividido com a bola de futebol e as brincadeiras de rua em Realengo. Aos 18 anos, ao invés de seguir a carreira militar, escolheu a espontaneidade e o espírito voluntário do paraquedismo — experiência que acabou incorporada ao seu nome artístico.
No quartel, encontrou a banda que mudaria seus rumos e abriu caminho para a vida musical. Em pouco tempo, já tinha músicas gravadas por grandes nomes. Em 1983, o Fundo de Quintal registrou o samba Fase de Amor, parceria de Marquinhos com Chiquinho e Fernando Piolho. No ano seguinte, Beth Carvalho imortalizou Coração Feliz.
Entre 1985 e 1987, seu talento ganhou ainda mais visibilidade, com composições gravadas por artistas como Mussum, Elymar Santos, Jovelina Pérola Negra e muitos outros. Humilde e generoso, Marquinhos sempre fez questão de valorizar os amigos e parceiros de samba, como Arlindo Cruz, Luiz Carlos da Vila, Sombrinha, Acyr Marques e Beto Corrêa.
Sua obra atravessa gerações e foi interpretada por nomes consagrados, entre eles Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Alcione, Almir Guineto, Agepê, Reinaldo, Roberto Ribeiro, além de grupos como Molejo, Exaltasamba, Pixote, Raça, Pirraça, Os Morenos e até a banda O Rappa.