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Leia a nossa última edição #75

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Morre no Rio, o ator Ney Latorraca

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Morreu no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (26), aos 80 anos, o ator Ney Latorraca, na Clínica São Vicente, na Gávea. Ney foi internado no dia 20 de dezembro, onde tratava de um câncer de próstata. O artista morreu em decorrência de uma sepse pulmonar. O câncer foi diagnosticado em 2019. Na época, Ney foi operado e retirou a próstata. A doença voltou em agosto deste ano, já com metástase.

Ele deixa o marido, o ator Edi Botelho, com quem era casado há 30 anos. O local e horário do velório ainda não foram definidos.

Carreira de sucessos

Filho de um crooner e de uma corista que se apresentavam em cassinos, teve como padrinho de batismo o ator Grande Otelo, tendo crescido já no meio artístico. Dois anos após seu nascimento, um decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra fechou os cassinos, perdendo assim a sua família seu principal meio de sobreviver.

Começou cedo sua carreira de ator. Aos seis anos, fez uma participação em uma radionovela da Record. Depois atuou no teatro estudantil e teve sua primeira oportunidade profissional em 1965, por volta dos vinte anos de idade, ao ser aprovado para integrar o elenco da peça Reportagem de Um Tempo Mau, de Plínio Marcos. A peça no entanto, teve apenas uma apresentação no Teatro de Arena, tendo sido proibida pela Censura Federal.

Ingressou na TV fazendo figuração na Tupi. Participou do seriado Alô, Doçura, em 1953, da novela Beto Rockfeller, em 1968, e fez uma participação em três capítulos da novela Super Plá, em 1969. Em 1974, teve uma passagem pela TV Cultura, onde trabalhou em um teleteatro, encenando Yerma, ao lado de Joana Fomm.

Durante a década de 1970, atuou em diversas montagens teatrais, entre elas Hair (1970), Jesus Christ Superstar (1972), Bodas de Sangue (1973) e A Mandrágora (1975). Ainda, por intermédio da atriz Lilian Lemmertz, foi contratado pela Record, trabalhando em cinco novelas, que foram O Tempo não Apaga e Quero Viver, ambas de 1972, Eu e a Moto, Vidas Marcadas e Venha Ver o Sol na Estrada, ambas de 1973.

Sua estreia na TV Globo foi em 1975, na novela Escalada, no papel do playboy Felipe, apaixonado pela professora de piano Fernanda, interpretada por Nathalia Timberg.

Tavico (João Carlos Barroso) e Mederiquis (Ney Latorraca), em Estúpido Cupido (1976). 
Memória Globo

Entre seus papéis de destaque na Globo, está Mederiquis da novela Estúpido Cupido, de 1976, um jovem rebelde dos anos 60, que se vestia de preto e circulava em uma lambretta, batizada pelo próprio ator de Brigite.

Em 1978, apresentou com a atriz Djenane Machado, o musical Saudade Não Tem Idade, onde cantava, dançava e apresentava esquetes. Em 1979, no musical teatral Lola Moreno, contracenou com seu padrinho Grande Otelo. Depois, em 1980, fez uma participação especial na novela Chega Mais e, no mesmo ano, interpretou Leandro Serrano na novela Coração Alado. Também em 1980, participou da versão cinematográfica de O Beijo no Asfalto, e, em 1982, atuou na minissérie Avenida Paulista e no filme Das Tripas Coração’.

Em 1983, participou da montagem de Rei Lear e, em 1984, atuou na minissérie Anarquistas Graças a Deus, onde interpretou o pai da autora em cujo livro foi baseada a história, Zélia Gattai, mulher de Jorge Amado. Nesse mesmo ano, ainda marcou presença em outra minissérie da emissora, Rabo de Saia, como intérprete do caixeiro-viajante Quequé, que tinha três mulheres. Em 1985, fez uma participação na minissérie Grande Sertão: Veredas e participou da novela Um Sonho a Mais, onde teve a oportunidade de mostrar mais uma vez sua versatilidade ao interpretar cinco personagens diferentes, entre eles uma mulher, Anabela Freire, um dos grandes sucessos da trama. Nesse ano ainda, esteve nas telonas com o filme Ópera do Malandro e dirigiu Passando o Batom, show com o transformista Jane di Castro.

Guiness Book com O Mistério de Irma Vap

A partir de 1986, inicia sua participação na encenação de O Mistério de Irma Vap, grande sucesso de bilheteria, que permaneceu em cartaz por cerca de onze anos. Contracenando com Marco Nanini, numa produção de Marília Pêra, foi a primeira peça em que os atores trocavam rapidamente de roupa para cada cena. A peça é reconhecida pelo Guinness Book como a peça que manteve o mesmo elenco por mais tempo. Foram quase três milhões de espectadores em temporadas consecutivas de 1986 a 1997.

Marco Nanini e Ney Latorraca

Também em 1986, integrou o elenco da minissérie Memórias de um Gigolô, no papel do gigolô Esmeraldo. Entre 1988 e 1989, encarnou um de seus personagens mais populares, o velhinho Barbosa, do humorístico TV Pirata.

Deixou a Globo temporariamente, em 1990 para trabalhar na novela Brasileiras e Brasileiros, do SBT. No ano seguinte, na Globo, caiu nas graças do público no papel do Conde Vlad, o chefe dos vampiros da novela Vamp, onde protagonizou cenas memoráveis, como uma imitação do cantor Michael Jackson no clipe da música Thriller. Em 1994, retornou ao SBT, para fazer o remake da novela Éramos Seis. Ao mesmo tempo e posterior a esse trabalho, encenou respectivamente as seguintes peças, O Médico e o Monstro (1994), Don Juan (1995) e Quartett (1996). Em 1997, de volta à Globo, trabalhou na novela Zazá, como o vilão Silas Vadan. Depois, em 1999, volta ao teatro para participar da montagem de O Martelo.

Em 2000, fez parte do núcleo cômico da novela O Cravo e a Rosa, formando um trio cômico com Maria Padilha e Eva Todor. Simultaneamente, atuou no espetáculo 3 x Teatro. Depois, em 2001, participou do longa metragem Minha Vida em Suas Mãos e, em 2002, participou da novela O Beijo do Vampiro, no papel do Conde Nosferatu. Em 2003, deu vida a Araújo Ribeiro, na minissérie A Casa das Sete Mulheres e, em 2004, na novela Da Cor do Pecado, viveu o falido Eduardo, casado com Verinha, e pai da vilã Bárbara. Posteriormente, em 2005, deu vida a um cientista inventor na novela Bang Bang. Em 2006, protagonizou ao lado do amigo Marco Nanini, o filme Irma Vap – O Retorno, baseado na bem-sucedida peça O Mistério de Irma Vap.

Em 2008, estreou no elenco da novela Negócio da China, vivendo o alegre e bem-humorado Edmar, apaixonado por Maralanis (Leona Cavalli) e sua filha, a pequena Flor de Lys.

Em 2014, na reta final da telenovela Meu Pedacinho de Chão, faz uma participação especial como Cirilo, pai de Renato, interpretado pelo ator Bruno Fagundes.

Em setembro de 2017, pouco antes da estreia da temporada em São Paulo do musical Vamp, anunciou que se aposentaria, porém, ainda viria a atuar em 2019, na primeira temporada da série de televisão Cine Holliúdy.

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