O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Coordenadoria-Geral de Promoção da Dignidade da Pessoa Humana (COGEPDPH), participou, na quarta-feira (29/03), na sede da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), do lançamento do novo cartaz de divulgação com fotos de crianças e adolescentes desaparecidos, junto ao Programa SOS Crianças Desaparecidas.
O MPRJ participa da rede de enfrentamento ao desaparecimento através do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/MPRJ), importante ferramenta de busca e cruzamento de dados, em constante parceria com a FIA. O MPRJ atua também de forma preventiva ao desaparecimento, através de campanhas educativas, como a que é feita no Programa Calçada da Cidadania, em que recebe estudantes da rede pública, bem como através de projetos como o Nascer Legal.
O projeto tem como objetivo aprimorar a política pública de registro civil e enfrentar o sub-registro de nascimentos, fenômeno que guarda estrita relação com o desaparecimento.
Caso Pollyana
A dor da saudade dura 8 anos. O caso da Pollyana Ketlyn da Silva Ribeiro desaparecida em 2015, aos 10 anos de idade, mobilizou a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A criança completaria à maioridade penal neste ano.
A menina morava com a mãe, Marcele Silva, de 41 anos, a irmã mais nova e o pai, na localidade conhecida como Ciclovia, no bairro Piratininga, Região Oceânica de Niterói. Segundo a mãe da menina, a criança avisou que sairia para comprar um doce e fósforo na barraca perto de casa, mas voltaria rápido. Até hoje não se sabe o que aconteceu.
As câmeras de segurança da rua não conseguiram flagrar o momento em que a menina saiu de casa e não voltou. No dia, crianças brincavam na rua e a distância da barraca não era tão longe de casa. O desaparecimento foi oficializado pelas autoridades e foi aberto uma investigação e busca pela criança. Em uma das filmagens, é possível ver um carro preto de modelo Fiat Uno saindo da rua, no momento em que a menina saiu para ir na venda.
Em 2020, alunos da PUC-Rio, Mariene Lino e Victor Meira, chegaram a produzir um documentário chamado “Pollyana”, no ano que a menina completaria 18 anos.
No documentário, o coordenador André Cruz, do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos Ministério Público do Rio de Janeiro, contou que Marcele foi até o Ministério Público com um vídeo de uma menina que parecia ser sua filha na República Dominicana – país da América Central – mas que, após investigações pela Interpol, chegou-se à conclusão de que não era Polyanna.
A mãe da pequena continua incansavelmente atrás de respostas sobre o sumiço da filha. Segundo ela, a Polícia parou com as buscas, mas ela não.
“Todas as vezes que falei com eles foi porque eu fui atrás, eu que liguei. Hoje não procuro mais, e quando há pistas eu mesmo vou atrás e investigo, pois não tive respostas”, disse Marcele.
A mãe segue atrás da filha, na esperança de encontrá-la bem. As buscas, segundo Marcele, continuam.
*Estagiário sob supervisão de Lucas Nunes*