Cerca de 50 pessoas participaram do Ato Simbólico Contra a Violência no Município de Maricá, promovido pelas Comissões de Direitos Humanos e de Eventos da 38° Subseção (Maricá) da Ordem dos Advogados do Brasil. Um manifesto, com as reivindicações apontadas durante o evento, vai ser redigido e entregues às autoridades competentes.
“Isto é mais que um ato, é um movimento, porque vai continuar e visa buscar respostas para tudo o que vem ocorrendo na cidade. Vamos buscar as autoridades, levar o manifesto que vai ser gerado, entregar ao Governador do Estado (Wilson Witzel), para que ele se atente e se sensibilize com o que está acontecendo com Maricá. Não aceitamos esse crescimento dos índices de violência”, disse o presidente da OAB Maricá Dr. Eduardo Carlos de Souza.
Todos os manifestantes estavam vestindo branco, e cruzes foram colocadas na frente da sede do órgão. Um representante da Organização Não-Governamental (ONG) Rio de Paz também esteve presente para prestigiar e trazer conhecimento e expertise da ONG no auxílio ao combate da violência na cidade.
“Um movimento desse, de promoção da paz, de pedido de redução da letalidade no município, conta com o nosso apoio. Não há movimento pela paz sem a participação da sociedade organizada. Esperamos que seja o marco de início de um novo tempo nessa cidade, e que o poder público veja isso e tome atitudes para que esses atos não voltem a acontecer por conta de mais mortes”, comentou João Luiz Silva, da ONG Rio de Paz.
Apesar de não ter altos índices de feminicídio, a violência contra a mulher em Maricá tem números expressivos de casos – segundo o Dossiê Mulher 2019, do Instituto de Segurança Pública (ISP), em média foram 132 casos por mês no ano passado.
“Precisamos evitar que ocorra a violência contra a mulher, e isso começa com a conscientização. Mostrando, primeiro, o lugar da mulher na sociedade, empoderando-a, incentivando a buscar um emprego. Precisamos, também, mudar a cultura, ensinando também para as nossas crianças a igualdade de tratamento, a cordialidade, a educação. Além, claro, da palavra-chave: respeito. De ambas as partes”, pontuou a presidente da OAB Mulher, Dra. Kelly Neri.
Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Maricá, Dr. Jorge Paes, outros eventos acontecerão. “Temos trabalhado para promover ações que tenham a participação popular – não só de advogados, mas toda a população -, para que criemos políticas públicas e cobrar das autoridades públicas as respostas necessárias para os acontecimentos da cidade. Hoje estamos dando o primeiro passo para muitos eventos que ainda virão”, concluiu.