Nesta segunda-feira (19), o governador Cláudio Castro enviou à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a indicação do vice-governador Thiago Pampolha, para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Pampolha assume o posto deixado pelo conselheiro José Maurício Nolasco, que se aposentou compulsoriamente ao atingir o limite de idade previsto pela Constituição.
Todo processo deve ser feito de forma rápida, a previsão é que ainda hoje a indicação seja analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, pela Comissão de Normas Internas, que conduzirá a sabatina do indicado. A votação em plenário está marcada para esta quarta-feira (21).
Na justificativa que acompanha a indicação, Cláudio Castro afirmou que Pampolha é “possuidor de todos os requisitos objetivos e subjetivos reclamados pela vidente ordem constitucional para a citada investidura”. O governador também destacou que o vice-governador tem “ilibada reputação” e “notórios conhecimentos”.
A nomeação de Pampolha ao TCE tem implicações políticas importantes no cenário fluminense. Com a saída dele do Executivo, o caminho se abre para o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), disputar o governo do estado, em 2026, à frente do Palácio Guanabara. Para isso, Cláudio Castro renunciaria para disputar o Senado Federal.
Thiago Pampolha já foi deputado estadual e secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade. A escolha de seu nome para o TCE sinaliza o fortalecimento da aliança entre o Palácio Guanabara e a base governista na Alerj.
Sai Pampolha, entra Bacellar
O governo do estado será comandado em regime de cogestão entre Claudio Castro e Rodrigo Bacellar. A ascensão do presidente da Alerj à primeira posição na linha sucessória, permitirá Castro alternar o comando do Palácio da Guanabara com o seu candidato à sucessão em 2026. A partir de agora, todas as decisões estratégicas do governo serão tomadas em comum acordo entre os dois.
O objetivo é garantir protagonismo a Bacellar ainda em 2025, período em que, sem as restrições do ano eleitoral, poderá visitar obras e fazer inaugurações por todo o estado. A movimentação do pré-candidato no comando da máquina visa a torna-lo mais conhecido e a lhe garantir musculatura eleitoral para enfrentar o prefeito Eduardo Paes nas urnas.
Em julho, Claudio Castro pretende tirar o primeiro mês de descanso passando o bastão a Bacellar. No final do ano, provavelmente o governador vai novamente transmitir o governo ao presidente da Alerj por mais um mês. Em janeiro de 26, deve comparecer ao Fórum Econômico de Davos e, em seguida, gozar outro período de repouso com a família.
O governador não vai abreviar seu mandato como se especulou nos últimos dias. Resolveu permanecer no cargo até abril, quando, pela legislação eleitoral, precisa renunciar para ser candidato ao Senado. Na melhor das hipóteses, admite transmitir o governo após o carnaval de 2026, no final de fevereiro, um mês antes do prazo final.