Quase 100 órfãos de policiais participaram da festa natalina organizada pelo projeto #basta da jornalista Roberta Trindade, nesta segunda-feira (20) na sede do Serviço Aeropolicial (SAER), na Lagoa, na Zona Sul do Rio.
Em parceria com a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil e apoio de dezenas de voluntários, o Natal Azul reuniu crianças que perderam seus pais exercendo a profissão ou apenas por serem policiais.
Além de apadrinhar os órfãos, comprando presentes pedidos por eles, os voluntários contribuíram para a compra de salgadinhos, refrigerantes, sucos e água e contratação de serviços – como recreação, oficina de maquiagem, pula pula e estações de pipoca, algodão doce, crepe, sorvete e açaí.
Há 21 anos, a jornalista Roberta Trindade acompanha o cotidiano e os bastidores da Segurança Pública, e desde 2009 contabiliza os policiais mortos e baleados no Rio, resolveu lembrar dessas crianças que costumam ser esquecidas, inclusive pelo Estado.
“É uma forma de demonstrar nossa gratidão a quem abriu mão da família e da própria vida, cuidando dos filhos que eles deixaram pela escolha em garantir nosso direito de sair e voltar para casa. As crianças acabam conhecendo outras na mesma situação que elas e percebendo que não estão sozinhas. As viúvas também encontram mulheres que passaram ou estão passando pela mesma perda e acabam fazendo amizade e criando uma grande rede de apoio”, conta.
Pelo terceiro ano consecutivo, o Papai Noel foi o deputado estadual Coronel Salema. Vestido de azul – cor símbolo das Polícias, que batiza o Natal Azul – ele chegou em uma viatura da CORE e fez a alegria dos pequenos.
“Mais uma vez a festinha foi um momento gostoso de acolhimento das nossas crianças”, destacou Priscilla Damasceno, mãe do Christian Rodrigues Capulot, 11 anos.
O pai, o cabo Marcos Antônio das Chagas Capulot, 38, morreu no último mês de julho, após ser baleado ao tentar impedir um assalto em uma loja no bairro Maria Paula, em São Gonçalo.
Também estiveram presentes o comandante do 23ºBPM (Leblon), tenente-coronel Maurílio Nunes, o piloto Adonis Lopes, coordenador da Coordenadoria Geral de Operações Aéreas (CGOA) e o major Amandy Peres, coordenador do programa Lagoa Presente.
Até a primeira semana de dezembro, 58 policiais haviam sido assassinados no Estado do Rio em 2021 – sendo quatro policiais civis e 54 militares. Faltando dez dias para o final do ano, o número de policiais mortos no Rio de Janeiro já é de 62 – sendo seis policiais civis e 56 PMs.
É possível conhecer o Projeto #Basta, as histórias de cada policial e acompanhar as fotos de todos os eventos nas redes sociais: http://www.facebook.com/projetobasta.robertatrindade e http://www.instagram.com/projetobasta_robertatrindade
