Após quatro dias de intensos exercícios realizados em alto-mar, entre as localidades do Rio de Janeiro e Cabo Frio (RJ), a Marinha do Brasil (MB) concluiu com êxito a Operação “Poseidon 2024”, evidenciando um considerável avanço na interoperabilidade entre a MB e a Força Aérea Brasileira (FAB). Nesta operação de treinamento, um dos destaque foi a participação de uma mulher piloto da FAB, que entrou para a história da aviação militar, como sendo a primeira a realizar um pouso embarcado de helicóptero a bordo de um navio da Marinha.
Manobra registra fato inédito
Os seis aviadores são de dois esquadrões lotados nas Bases Aéreas de Santa Cruz (RJ) e Natal (RN). Entre eles, destaca-se a Primeiro-Tenente Ianca Maria Cavalcanti Menezes, natural de Recife (PE), que se tornou a primeira mulher a realizar essa manobra difícil e tão importante nas operações aeronavais.
Segundo os especialistas, operar aeronaves em navios é complexo, pois é preciso unir as características dos meios aéreos com as do meio naval. Para que a operação seja bem-sucedida, é necessário que ambas as tripulações estejam treinadas e que o navio ajuste o rumo e propicie condições favoráveis de vento relativo.
A bordo do Navio Doca Multipropósito “Bahia” (G40), plataforma de comando da missão, e com o apoio de aeronaves de ambas as Forças, seis pilotos da FAB participaram de um treinamento conjunto de qualificação e requalificação. Durante a operação, foram registrados mais de 60 pousos e decolagens, somando 20 horas de voo, realizadas pelos helicópteros UH-15 Super Cougar (MB) e H-36 Caracal (FAB).
O Comandante do Grupo-Tarefa responsável pela operação, Contra-Almirante Jorge José de Moraes Rulff, Comandante da 2ª Divisão da Esquadra, ressaltou a relevância estratégica dessa capacitação, afirmando que a operação foi coordenada pelo Ministério da Defesa e teve como objetivo o aprestamento de ambas as Forças, reforçando a capacidade de integração.
“Esses treinamentos são essenciais para garantir um pronto emprego dos nossos militares nas ações de presença, defesa e proteção da soberania nacional, tanto nas águas jurisdicionais brasileiras quanto no espaço aéreo”, destacou o Contra-Almirante Rulff.
“Lançamento de Armas-V” e outros exercícios
Na “Poseidon 2024”, a Marinha também realizou operação para aprestamento dos sistemas de armas da Força, visando o combate real, denominada “Lançamento de Armas-V”. Em um exercício inédito, foi lançado o Torpedo de combate MK-46, destinado a destruir um alvo de submarino denominado “alvo cachalote”, no âmbito de uma operação simulada.
Outro marco significativo foi a participação do submarino da Classe Riachuelo, o Humaitá (S41), em um exercício de evacuação aeromédica, o que representou um avanço importante nas capacidades de apoio às operações de busca e salvamento.