Os professores da rede estadual vão parar nesta quarta-feira, (22) por 24 horas, em todo o estado. Eles querem pressionar o governador Cláudio Castro a pagar o piso nacional do magistério à categoria. Além disso, amanhã, às 14h, está programada uma passeata ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul do Rio, sede do governo. Os profissionais também irão protestar contra o Novo Ensino Médio (NEM).
A paralisação tinha sido decidida em votação na Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe-RJ) em assembleia no dia 11 de fevereiro. Os professores reclamaram ainda que o Estado não pagou as horas extras (GLP) em fevereiro, deixando para pagar em março. Os servidores também cobram o cumprimento da recomposição salarial de 2017 a 2021; a regularização do piso dos funcionários administrativos, entre outras pautas.
Um grupo de professores da rede estadual que trabalha nas unidades em Niterói também vai parar e ir ao ato no Rio.
“A paralisação está com bastante adesão da categoria. A organização pra categoria é o ato no Palácio Guanabara. Para isso, estaremos disponibilizando transporte. Ninguém aguenta mais receber o pior salário do país. A rede estadual está desde 2014 sem reajuste”, conta Andréa Peçanha, uma das coordenadoras do Sepe-Niterói. Os professores irão se concentrar amanhã, às 12h30, em frente ao Liceu Nilo Peçanha para ir ao ato.
A categoria também quer a revogação do Novo Ensino Médio. “A proposta aumenta a desigualdade entre os alunos da rede pública e alunos das escolas particulares. Tira conhecimento e disciplinas de estudantes filhos da classe trabalhadora mais precarizada e é uma proposta curricular alienante. Tem como fundo “preparar” os estudantes para o mercado de trabalho precarizado. Enquanto alunos da classe média alta se preparam para serem engenheiros, médicos, entre outras profissões, o que o Estado propõe aos nossos alunos é que ele seja empreendedor. Aprenda a, por exemplo, fazer brigadeiros”, aponta Andréa.
O Novo Ensino Médio foi uma reforma implantada pelo Governo Michel Temer e implementada pelo Governo Jair Bolsonaro. Começou a ser implantado no estado em 2022. Entre as novidades, criadas novas disciplinas, como “O que rola por aí” e “Projeto de vida”. A disciplina de Biologia ficou obrigatória só nos dois primeiros anos e no terceiro, optativa, assim como Sociologia e Filosofia. Os professores argumentam que as mudanças foram feitas sem discussão com a categoria e a comunidade escolar.
Castro prometeu piso nacional
Durante a posse dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em 01 de fevereiro, Cláudio Castro disse, em discurso, que o pagamento do piso nacional do magistério aos professores da rede estadual seria uma de suas prioridades este ano.