O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) encaminhará, na próxima semana, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à empresas de ônibus, a proposta da categoria de reajuste salarial.
A proposta prevê o reajuste imediato de 10%; aumento de 20% nas demais cláusulas econômicas do contrato de trabalho; R$ 400,00 para o valor da cesta básica; comissão de 2% para os motoristas que acumulem a função com a de cobradores; e instalação de cofres nos pontos finais de maior circulação para que volumosas quantias de dinheiro não sejam transportadas pelos trabalhadores.
“Os trabalhadores estão insatisfeitos com os salários, que entrarão em novembro sem reajuste, totalizando 24 meses. Se for necessário, nós vamos fazer greve. Isso é inevitável, não tem jeito”, disse o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
A negociação poderá ser judicializada. “Vamos parar na Justiça, mas vamos ter que arrancar um aumento porque não há como aguentar mais. Não é radicalismo. Procuramos o diálogo insistentemente, mas simplesmente não fomos ouvidos”, completou o sindicalista.
A proposta foi aprovada em uma série de assembleias, realizadas na sede social do sindicato, em Niterói, entre 27 de setembro e 1º de outubro, e recebeu votação de 682 trabalhadores, contra 209 e seis abstenções. Rodoviários de 30 empresas dos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá foram convocados para as deliberações.
Na terça-feira (5/10), no início da tarde, haverá reunião dos representantes dos trabalhadores com os patrões na sede do sindicato das empresas (Setrerj), em Niterói.
Desde junho, com mediação do MPT, o Sintronac tenta negociar o reajuste salarial dos rodoviários com as empresas de ônibus que, até agora, se mantêm irredutíveis em dialogar com a categoria. As perdas salariais dos trabalhadores, que estão com seus vencimentos congelados há dois anos, calculadas pela variação anual do IPCA, chegam a 14,5%.
“O sindicato continuará tentando um canal de diálogo com os patrões até 1º de novembro, data-base da categoria. Caso a recusa das empresas permaneça, uma nova assembleia será convocada para definir os parâmetros de uma paralisação, que atingirá 438 linhas municipais e intermunicipais dos cinco municípios, responsáveis pelo transporte mensal de aproximadamente 36 milhões de passageiros”, afirma o Sintronac, em comunicado divulgado à imprensa.