Devido ao crescente número de casos de câncer de pele, desde 2014, órgãos de saúde de várias esferas, como a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), promovem o “Dezembro Laranja”, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele.
O câncer da pele é o mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura. Neste ano, a campanha destaca que a exposição solar na infância é capaz de influenciar tanto no envelhecimento quanto no desenvolvimento do câncer de pele.
Para os especialistas, a informação sobre a doença é fundamental para a queda no número de casos. O médico dermatologista do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE) e Diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Egon Daxbacher, explica os três tipos de câncer de pele e os danos que cada um pode ocasionar.
“A gente costuma apenas ouvir sobre o melanoma, que é o mais agressivo, e, geralmente, o que leva à morte, com metástase. Mas existem três tipos de câncer de pele. O basocelular, que é o mais frequente e se apresenta nas áreas mais expostas ao sol, principalmente face, orelha e couro cabeludo. Apesar de não ter potencial de morte e metástase, seu crescimento pode levar a cirurgias desfigurantes, principalmente quando é localizado próximo ao nariz, boca e olhos. Os espinocelulares tem algum potencial de metástases e, possivelmente morte, principalmente quando atinge a língua e lábios. Também tem a ver com a exposição ao sol, produtos químicos e feridas crônicas. E, por fim, temos o melanoma que é o mais agressivo deles. É derivado de pintas e, que mesmo bem pequenas, podem ocasionar grandes estragos”, exemplifica o dermatologista.
Números
No Brasil, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma esperados, para cada ano do triênio 2020-2022, é de 83.770 em homens e de 93.170 em mulheres, correspondendo a um risco estimado de 80,12 casos novos a cada 100 mil homens e 86,66 casos novos a cada 100 mil mulheres. Os números são do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Para o Estado do Rio de Janeiro são estimados 21.090 novos casos de Câncer de Pele não Melanoma (Homens: 10.600 e Mulheres: 10.490) para cada ano do triênio 2020-2022.
Em relação ao melanoma, a estimativa para o Estado do Rio de Janeiro é de 540 novos casos (Homens / Mulheres: 270) para cada ano do triênio 2020-2022.
Mortalidade
Os dados de mortalidade são disponibilizados pelo DATASUS, do Ministério da Saúde. A atualização mais recente é de 2018:
- Número de mortes por câncer de pele não melanoma no Brasil em 2018: 2.329 (1.358 homens e 971 mulheres);
- Número de mortes por câncer de pele não melanoma no Estado do Rio de Janeiro em 2018: 173 (111 homens e 62 mulheres);
- Número de mortes por câncer de pele melanoma no Brasil em 2018: 1.791 (1.038 homens, 752 mulheres 1 sexo ignorado);
- Número de mortes por câncer de pele melanoma no Estado do Rio de Janeiro em 2018: 92 (57 homens e 36 mulheres);
Fator de risco
A exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, além dos episódios de queimadura solar, são os principais fatores de risco do câncer de pele. Segundo o coordenador do #DezembroLaranja, Dr. Elimar Gomes, qualquer um pode desenvolver um câncer de pele, porém existem pessoas mais propensas, como as de pele, cabelos e olhos claros; indivíduos com histórico familiar de câncer de pele; múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados.
‘Estas pessoas precisam de um cuidado a mais com a pele e de avaliação frequente de um médico dermatologista’, frisa o especialista.
É preciso prestar a atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam pois podem revelar o câncer de pele. O autoexame frequente facilita o diagnóstico e tratamento precoces. Ao notar algum dos sintomas, procure um médico especialista em dermatologia. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura.