Começa no próximo dia o Seminário Flisgo – Escritas Pretas, em uma versão online e gratuita. O evento reunirá pesquisadores, professores, escritores e artistas, que participarão de painéis e/ou ministração oficinas, centralizando uma reflexão em busca de outra forma sócio-histórica de conhecimentos que foram invisibilizados e estigmatizados no campo das relações étnico-raciais acontecerá dos 19 e 21 de fevereiro.
As atividades se iniciam às 10 horas, do dia 19, com uma oficina de arte indígena e a abertura oficial do evento, com a Conferência do renomado escritor Éle Semog, secretário executivo do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas – CEAP. No dia 21, último dia, o samba pede passagem com uma oficina sobre samba-enredo, ministrado pela Profa. Dra Helena Theodoro, pesquisadora da cultura africana e afro-brasileira, além de rodas de conversa sobre a importância do resgate histórico do movimento.
Segundo Alberto Rodrigues, o Escritas Pretas “simboliza a jornada dos 21 Dias de Ativismo contra o Racismo, em março, propondo uma reconfiguração das rasuras da historiografia oficial excludente que fomentou o apagamento sistemático das culturas e escritas pretas, bem como a dos povos originários, modelando os efeitos da colonização e da colonialidade do poder sobre formas de expressão escrita e demais práticas artísticas/culturais”.
Ao que complementa a curadora do evento, Profa Dra Shirlei Victorino, pesquisadora e formadora do Centro de Formação Continuada/Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo: “Trata-se de uma ação afirmativa e inclusiva da autoria negra/indígena, em diálogo com a educação, dinamitando preconceitos e estereótipos veiculados pela literatura/mídia canônicas, consolidando um campo de estudos culturais, linguísticos, para o literário. O trabalho com as Leis 10639/03 e 11645/08, que trata da implementação da história e culturas africanas, afro-brasileira e indígenas no currículo escolar, constituem ações educativas de combate ao racismo e às discriminações”.
O Flisgo – Escritas Pretas é mais uma ação afirmativa do Grupo Acesso Cultural, que visa contribuir no entendimento da luta contra o Racismo e tem o incentivo da Lei Emergencial de Cultura, Lei Aldir Blanc (nº 14.017, de 29 de junho de 2020). O seminário conta com o apoio do CREFCON/SEMED-SG que certificará a quem participar de forma efetiva das atividades.
Presenças confirmadas: da Pesquisadora Indigenista Papiõn Cristiane Santos, do Umbandista Waguinho Macumba, Apóstolo Dzankon Detemen (Congo), do Escritor Cristino Wapichama, da Pesquisadora Fernanda Vieira, do Prof. Dr. Amauri Mendes, Dr. Prof. Renato Noguera, do Diretor e ator Licínio Januário, da Atriz e Produtora Cultural Sol Miranda, da Dra. Laís Meri, do Vereador Prof. Josemar, da Historiadora Silene Orlando, da Professora e Feminista Leila Araújo, Dra. em Educação Lia Vieira.
No compasso do samba, contaremos com as presenças de Jerônimo Gegê (presidente da ala dos compositores da Estação Primeira de Mangueira), Wanderley Borges (A voz da Sapucaí); Compositores de samba enredo: Márcia Lopes (poetiza e integrante do Movimento de Compositores “Samba na Fonte/RJ”); Eric Costa e Rafael Raçudo (Porto da Pedra), além do sambista e escritor Paulinho Freitas.
Para mais informações sobre o Seminário acesse o canal do YouTube Q-Cria e o Instagram @fligo.
Programação:
(Todo o evento será veiculado no Youtube do Canal Q-Cria)
- 19 de fevereiro
10h – Roda de Conversa | Roda de Conversa Cosmovisões X Moda, qual é a sua tendência.
13h – Mostra de Artes Indígenas
15h – Abertura
16h – Painel | Escrita da Fé
18h – Painel | Historicidade da Escrita
20h – Painel | A lei escrita: Poder e Representatividade
- 20 de fevereiro
10h – Oficina| “Antologias de mulheres negras: aquilombar, criar e
publicar”
13h – Mostra de Texto de Autores Pretos/as e Indígenas
15h – No Flisgogó com Lua Oliveira
16h – Painel | Escritas e Arte
18h – Painel | Narrativas Negras e indígenas: perspectiva autoral e social.
20h – Painel/ Educação e Racismo: Escrita negra e indígena como estratégia de intervenção.
- 21 de fevereiro
10h – Oficina | “Descobrimento do Brasil pelas escolas de samba”
13h – Mostra Lembranças de um carnaval
15h – No Flisgogó com Wanderley Borges “A voz da Sapucaí”
16h – Painel | A escrita do samba
18h – Encerramento