Mais um passo foi dado na retomada do setor naval fluminense. Representantes de estaleiros, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Firjan, do Sindicato Naval da Indústria Naval (Sinaval), do Sindicatos dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, da Frente Parlamentar Nacional, da Prefeitura de Niterói e do Governo do Estado assinaram na noite desta segunda-feira, 25, o manifesto em defesa da retomada dos empregos na indústria naval, petróleo e gás. O evento foi na Sala Nelson Pereira dos Santos, na Reserva Cultural, em São Domingos, na Zona Sul de Niterói.
O ato foi promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), presidida pela deputada estadual Verônica Lima (PT). No evento, ainda houve audiência pública para discutir quais os próximos passos.
“A gente está conseguindo construir uma agenda muito potente. Fizemos primeiro o lançamento da frente e depois uma audiência pública muito representativa, depois estivemos em Brasília reunidos com o presidente Lula, levando essa pauta de reivindicação do estado do Rio de Janeiro. Na época que a indústria naval estava bombando, a gente chegou a ter 80 mil empregos diretos no país. Então, a gente tem que retomar, reabrir os nossos estaleiros “, defendeu Verônica.
De acordo com a parlamentar, o setor reivindica a revisão do plano de trabalho da Petrobras.
“Buscar a pauta do descomissionamento, que são as plataformas e navios da Petrobras que vão ser desmontados e também buscar o plano de trabalho da empresa para os próximos anos. Estão previstos quatro navios. A gente quer 25. Se a gente tiver isso, vai retomar os empregos para o estado do Rio de Janeiro e o país todo “, afirmou a deputada.
Representantes da Transpetro apresentaram um estudo demonstrando que o país tem capacidade de construir os próprios navios e a mão de obra está capacitada. Além disso, tem a demanda.
Outro pedido que o setor apresentou foi que o governo veja a Lei BR do Mar, aprovada pelo Congresso Nacional e que abre possibilidade de afretamento de navios pela Petrobras.
“A gente tem mais de 120 navios afretados de bandeira estrangeira, com tripulação estrangeira, quando a gente deveria ter a construção de nossos navios’, disse Verônica.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, disse que a prefeitura fez um aporte de aproximadamente R$ 140 milhões para a obra da dragagem do Canal se São Lourenço.
“Conseguimos várias licenças ambientais para a ampliação do calado. O aumento dele possibilita a entrada de navio grande, o que significa dar competitividade para a indústria naval de Niterói”, contou o chefe do Executivo niteroiense.
O próximo passo da Frente Parlamentar do Estado do Rio é enviar a pauta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que é também ministro da Indústria e Comércio. Colocar no plano nacional de reconstrução da indústria do comércio a pauta da indústria naval e pautar também a partir do novo PAC dos 329 bilhões do Rio de Janeiro, o desenvolvimento da indústria naval para ter capacidade de competitividade a partir do investimento do Estado também.
Também estiveram presentes o secretário Executivo municipal, Rodrigo Neves; o subsecretário estadual de Economia do Mar, Felipe Peixoto; entre outros.