Uma pesquisa realizada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) mostra que 71% dos professores do país relataram estar estressados devido à sobrecarga de trabalho e às condições de trabalho inadequadas. A equipe do Errejota Notícias conversou com professores de Niterói para saber a opinião deles sobre essa situação.
De acordo com Thiago Coqueiro, do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) de Niterói, “esse estresse na categoria do magistério tem várias causas. Como a questão do aumento do custo de vida, a qualidade do transporte público, o aumento da qualidade de vida, uma boa parte da categoria não tem casa própria, a questão do aluguel, a questão da saúde, enfim, isso tudo explica as condições de trabalho que nós temos nas escolas”.
O professor ainda pontuou que a falta de professores, as salas de aula superlotadas e salário rebaixado também afetam a categoria. “As escolas são mal equipadas, a falta de ajuda do governo pra melhorar as condições de trabalho, as condições de ensino. Com isso, progressivamente, ocorre a retirada de autonomia pedagógica dos professores”, completou.
Além disso, a pesquisa apontou que os professores sinalizaram que um dos problemas que enfrentam é o desinteresse dos estudantes pela escola e a defasagem na aprendizagem dos alunos. Entre as medidas de apoio mais citadas pelos professores, está o apoio psicológico a estudantes e docentes.
Segundo Sara Busquet, também do Sindicato, “o estresse e a exaustão física e mental há algum tempo vem se tornando verdadeira ‘epidemia’ não só entre professores, mas, também, entra funcionários não docentes. A situação se agravou durante e após a pandemia, com a emergência de diversos problemas sociais e psicológicos nas comunidades escolares, alunos e responsáveis, que vem “explodindo” sobre as escolas. E não temos os apoio necessários para lidar com esta nova realidade”.
*estagiária sob supervisão de Raquel Morais