Madeleine Colaço, onde quer que esteja, deve estar muito feliz com essa notícia; sua arte, que continua viva através das mãos de Vera, Ilma Macedo e Maria de Lourdes Pereira, foi declarada Patrimônio Histórico, Artístico, Ambiental e Cultural de Maricá.
As três aprenderam o ofício das mãos da própria Madeleine. E, para elas, é uma forma de manter a arte viva. “O tombamento é muito importante para que a arte fique viva, senão daqui a pouco ninguém fala mais sobre, ninguém mais aprende a tapeçaria”, acredita a tapeceira Maria de Lourdes Pereira.
“A gente já considerava a tapeçaria patrimônio de Maricá desde que a Madeleine Colaço escolheu o Espraiado para viver. Agora, com o tombamento, a gente pode ter mais força, mais esperança de que a nossa arte não vai acabar”, contou Ilma Macedo, que é coordenadora do grupo das tapeceiras.
O ato é uma forma de fortalecer as raízes culturais da cidade. “O tombamento visa a criação de políticas públicas de fortalecimento da arte na cidade. Esta proposta consiste na estruturação das ações de proteção e conservação da Arte da Tapeçaria, difundida e enraizada no bairro do Espraiado”, pontuou o subsecretário de Comércio, Empreendedorismo e Defesa do Consumidor, Luciano Leal.
Ilma contou que em Maricá são feitos pontos que tornam as peças únicas. “Não sei em outros lugares, mas aqui inclusive fazemos pontos diferenciais, como o “rabo de rato”. Não tem bordado com esse ponto, ele foi criado pela Madeleine Colaço, que deu certo. Até hoje esse ponto é um destaque aqui para a gente”, disse.
No próximo domingo, 02/02, será realizado mais uma edição do evento “Espraiado de Portas Abertas”, onde são apresentadas bebidas, comidas, artesanato e músicas típicas do local. As obras de tapeçaria estarão disponíveis para os visitantes durante a festa. O ateliê das tapeceiras do Espraiado fica na Estrada Duas Águas, em frente ao Bar do Djalma.