A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de exportação de 50% ao Brasil provocou forte reação no cenário político e econômico. Em vigor desde quarta-feira (6), a medida já repercute entre lideranças nacionais e estrangeiras, que veem risco de retração no comércio bilateral e aumento das tensões comerciais.
Na quinta-feira (7), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, esteve em Brasília com chefes de Executivos estaduais para articular uma resposta conjunta. Ele destacou que o Rio, segundo maior exportador brasileiro para os EUA, não pode ficar vulnerável a decisões unilaterais que afetam empregos, empresas e arrecadação.
— Esta é uma crise que exige união e estratégia. Estamos trabalhando desde julho com um Grupo de Trabalho para enfrentar esse cenário e vamos cobrar do Governo Federal negociações à altura do desafio — afirmou.
No encontro, os governadores definiram que vão pressionar Brasília por mais efetividade e transparência nas conversas com Washington e por medidas emergenciais para proteger setores estratégicos. Também articulam apoio no Congresso Nacional e diálogo com lideranças internacionais para tentar reverter a medida.
A reação não se limita ao Brasil: países da América Latina e parceiros comerciais europeus manifestaram preocupação com o impacto da tarifa e sinalizaram que podem levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo a Firjan, o PIB fluminense pode sofrer impacto de até R$ 123 milhões. Em 2024, o estado exportou US$ 7,4 bilhões aos EUA, com destaque para petróleo refinado e semimanufaturados de ferro e aço. No primeiro semestre de 2025, as exportações já somaram US$ 3,2 bilhões. Cerca de 2% desse total será diretamente atingido pelo tarifaço, com efeito imediato sobre a indústria siderúrgica.
Participaram da reunião em Brasília, além de Castro, os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ibaneis Rocha (DF), Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Junior (PR), Romeu Zema (MG), Wilson Lima (AM), Jorginho Melo (SC) e Mauro Mendes (MT).
