O crescente aumento na violência em Niterói tem deixado moradores aflitos e preocupados com o futuro da cidade. Em meio à notícia da intervenção federal na Segurança Pública do Estado, um balanço do aplicativo Fogo Cruzado, lançado pela Anistia Internacional e pelo Instituto Update, apenas nos primeiros 31 dias de 2018, a cidade registrou pelo menos 46 trocas de tiros. O número colocou o município no terceiro lugar do ranking de cidades que mais tiveram ocorrências do tipo no Estado, perdendo apenas para o Rio de Janeiro (417) e São Gonçalo (69). Os números de mortos e feridos por arma de fogo também são alarmantes. Em janeiro, foram sete feridos e quatro mortos, envolvendo civis e agentes de segurança.
Quando se compara com o ano passado, os números assustam ainda mais. Em comparação com o mesmo período de 2017, o número de tiroteios mais que triplicou. Em 2017 foram 16 tiroteios.
Os bairros da Zona Norte de Niterói foram os que mais registraram tiroteios, segundo o Fogo Cruzado. Pelo menos 14 registros apenas no Barreto, oito na Engenhoca e quatro no Fonseca. Caramujo e Icaraí registraram três ocorrências cada. Piratininga e Santa Rosa tiveram dois cada, e Centro, Charitas, Ingá, Itaipu, Jurujuba, Largo da Batalha, Maria Paula, São Francisco, São Lourenço e Venda da Cruz registraram uma ocorrência cada.
Comunidades como Santo Cristo, Coronel Leôncio e Palmeira, todas na Engenhoca, são alvos constantes entre traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) e Comando Vermelho (CV). A Avenida João Brasil, inclusive, serve de rota para que traficantes façam a travessia em direção às comunidades.
O número de assaltos também cresceu muito. Bairros da Zona Sul como Icaraí, Jardim Icaraí e São Francisco se transformaram e rota do medo diante dos vários furtos e assaltos registrados por câmeras de segurança na região.