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UFF divulga lista de impactos em caso de corte de verbas

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Foto: Diego Baravelli / Divulgação

Após o Ministério da Educação confirmar, na última terça-feira (30), que realizará o bloqueio global de 30% do orçamento de custeio das universidades federais, a Reitoria da Universidade Federal Fluminense, que administra diversos campus da instituição instalados em todo o estado, publicou uma lista de impactos negativos que a medida causará. Segundo a instituição, a ação “produzirá um impacto negativo profundo e duradouro na sociedade brasileira, em razão da contribuição fundamental das universidades para o desenvolvimento do país”.

Segundo a instituição, o primeiro impacto sentido será o científico. “A comunidade interna da UFF fez recentemente uma opção por uma gestão de perfil marcadamente científico e técnico. Ciente da sua responsabilidade social através da sua ação transformadora da vida dos indivíduos e da comunidade onde se inserem, a Universidade Federal Fluminense se posiciona como uma liderança acadêmica que participa ativamente na formulação e execução das políticas públicas para desenvolvimento do Brasil”, afirma o comunicado.

“Esse perfil acadêmico da UFF vem sendo consolidado a partir dos seus avanços quantitativos e qualitativos. Considerem a produção científica da UFF: crescemos 84% desde 2008, ou seja, quase dobramos em 10 anos! São inúmeros os projetos de destaque e valor científico e tecnológico e que envolvem todos os segmentos da comunidade e da sociedade em geral. Os exemplos são incontáveis nas mais diversas áreas do conhecimento, de projetos desde a ciência fundamental, passando pela construção de políticas públicas até a inovação aplicada à indústria. A UFF tem, ainda, grande tradição nas áreas de humanidades, ciências sociais, artes e cultura. É fundamental compreender o ser humano, nossa história e a sociedade como base para nossa evolução; e criar, promover e difundir arte e cultura para o enriquecimento humano”, concluiu o tópico.

O segundo impacto, de acordo com a UFF, é o impacto social. O anúncio citou diversas ações que a instituição mantém. “O Centro de Assistência Jurídica da UFF Macaé presta atendimento e consultoria gratuitos para a população em casos na área cível, penal, trabalhista e de família. A UFF Nova Friburgo atende surdos na Clínica-Escola de Fonoaudiologia. A Faculdade de Odontologia beneficia Niterói e contribui com o desenvolvimento de novos produtos como implantes dentários, substitutos ósseos e membranas sintéticas – e de novas técnicas em odontologia; esse projeto possui, ainda, iniciativa de referência na atenção saúde bucal de pessoas com deficiência, também com oferta gratuita. O Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) presta atendimento de média e alta complexidade a todo leste fluminense, além de formar centenas de profissionais ao ano e produzir conhecimento de alto nível. O Serviços de Psicologia Aplicada (SPA) em Niterói, Volta Redonda e Campos atendem a população e formam profissionais em saúde mental. Nosso Hospital Veterinário trata dos pets da população por preços populares e possui ações gratuitas como o Projeto Castração. Ciências Contábeis e de Ciências Atuariais prestam orientações sem custos para o preenchimento do Imposto de Renda”. O comunicado citou, ainda, os cursos de Turismo e Segurança Pública e seus treinamentos e conscientização de Policiais Militares do estado.

Outro impacto que poderá ser observado é o ambiental. “A UFF construiu um Plano de Logística Sustentável arrojado que está sendo cumprido com gerenciamento dedicado. Nesse contexto, a UFF possui projetos de Engenharia, Arquitetura e Mobilidade Urbana dedicados a aumentar a resiliência das cidades contra o impacto das chuvas. A Engenharia Civil desenvolveu soluções de concreto permeável para o escoamento pluvial das cidades. O curso de Geociências possui um radar de ponta que monitora a poluição da Baía de Guanabara. Além disso, a UFF realiza pesquisas de perfuração profunda dos oceanos em busca de novas riquezas por meio do International Ocean Drilling Program (IODP). Desenho Industrial desenvolve protótipo sustentáveis de bicicletas urbanas. A Engenharia Ambiental produz material para impressoras 3D utilizando plástico reciclado. O Instituto de Biologia, Engenharia Agrícola e Ambiental e Educação de Pádua são atuantes recuperam regiões florestais e urbanas degradas em todo o Estado do Rio de Janeiro”, disse, complementando que “o Meio-Ambiente também sofrerá com o bloqueio das verbas”.

A Inovação para a economia é um ponto forte da UFF. Tanto é que alunos de Medicina e do “Minor em Empreendedorismo e Inovação” da UFF foram destaque na Revista Forbes pela criação de aplicativo médico utilizado em todo país, como também em diversos países da Europa, África e América Latina. Além disso, nossa Agência de Inovação possui diversas start-ups incubadas com projetos revolucionários em diversas áreas.

O comunicado prevê ainda o impacto que o corte de verbas fará para as famílias e estudantes de baixa renda. “A UFF é uma universidade plural, que possui em suas cadeiras estudantes naturais de todos os estados brasileiros. O perfil socioeconômico e cultural dos estudantes sofreu uma reviravolta na última década. Dados da Andifes mostram que mais de 51% dos alunos possuem renda familiar de menos de três salários mínimos, percentual que atinge mais de 64% entre aqueles vindos da região Norte do Brasil”, aponta.

Sustentabilidade Financeira – A administração da instituição informou que vem fazendo sua lição de casa em busca da sustentabilidade financeira. Foram cortados os celulares institucionais e há o estudo da racionalização do transporte administrativo e operacional. Além disso, houve grande esforço de revisão e readequação dos contratos de serviços terceirizados. A renegociação de preços deve produzir uma redução de cerca de R$ 30 milhões de reais anuais na verba discricionária, dando fôlego para a adequação dos pagamentos e regularização dos serviços.

A Universidade Federal Fluminense vem se colocando como agente ativo no desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. “As universidades federais não são o problema, mas a solução para uma nação altiva e soberana. Este avanço se construirá com gestão responsável e eficiente, apoiada por um robusto e permanente financiamento público, possibilitando que a universidade cumpra seu papel na sociedade brasileira. Nesse contexto, é imperativo não somente reverter agora os bloqueios anunciados dos investimentos nas universidades federais, mas ir além e consolidar políticas públicas que fomentem as universidades como força motora do desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil. Em momentos de crise, a melhor saída para a recuperação econômica e fortalecimento da autonomia sustentável do país é investir em educação, ciência, tecnologia e inovação, assim como tem sido feito em países como a China e Coréia do Sul”, acredita a reitoria da instituição.

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