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Vereadora de Niterói Benny Briolly retorna ao Brasil, mas sem medidas de proteção

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A vereadora de Niterói Benny Briolly retorna ao Brasil para dar continuidade ao seu trabalho como parlamentar da cidade. A edil estava exilada do país desde o início de maio devido a ataques e ameaças de morte.  A saída do país foi uma medida extrema que precisou ser tomada em virtude da omissão do Estado brasileiro, que segue sem tomar medidas de proteção para resguardar sua vida e o exercício da mandato parlamentar, para o qual foi eleita a mulher mais votada de Niterói.

Sendo uma mulher trans, negra e favelada, o projeto político de Benny visa transformar a sociedade e valorizar vidas negras, faveladas e LGBTQ+. No dia 14 de maio, quando a vereadora já estava fora do país, foi anunciada sua inclusão no Programa Estadual de Proteção às Defensoras de Direitos Humanos. Além de reconhecer a gravidade da situação, com o ingresso, a vereadora passou a ser assistida e avaliada pela equipe técnica do Programa, que veio a requisitar uma série de medidas para proteção da parlamentar.

A saída do país sempre foi uma medida temporária. Afinal, Benny precisa estar em seu território para exercer plenamente o cargo para o qual foi eleita. Tão logo o programa de proteção anunciou que as medidas cabíveis estavam sendo tomadas, seu partido, o PSol, passou a providenciar a volta de Benny Briolly ao país.

Porém, quando a vereadora já viajava retornando ao Brasil, sua equipe recebeu a notícia de que as medidas de proteção não estariam mais asseguradas. A polícia e a própria Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro se negaram a atender a requisição de medidas que foram solicitadas pela equipe técnica do programa de proteção.

“O Estado brasileiro já está ciente e consciente que a minha vida está em risco. Aliás, o Estado já reconheceu isso. A equipe do PPDDH já informou a necessidade de proteção e é a equipe quem mapeia essa necessidade juntamente com o conselho deliberativo do Programa. A PM segue sem garantir a minha proteção”.

Violência política- A violência política consiste em atos de intimidação psicológica e disseminação de crimes de ódio contra pessoas eleitas, candidatas, pré-candidatas ou designadas para exercer papel de representação pública e/ou política. O intuito é interromper ou desestabilizar o exercício de participação política. Quem sofre com esse tipo de violência são, principalmente, mulheres negras e travestis, que possuem projetos políticos que mexem com as estruturas sociais.

A renovação do quadro político brasileiro tem sido protagonizada por mulheres negras, trans, faveladas e defensoras dos direitos humanos. Existe uma pluralidade de corpos que exigem ações transformadoras na sociedade e tem articulado estratégias para enfrentar as históricas desigualdades. O caso mais extremo e marcante desse cenário de violência política foi a execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Caso que ainda segue sem respostas, o que inspira ainda mais insegurança para demais parlamentares.

“O Brasil precisa enfrentar de maneira contundente a violência política que avança, principalmente contra nós lutadoras e parlamentares negras, trans e periféricas. O Estado brasileiro não pode seguir ignorando, sendo omisso”, comenta Benny.

Para a vereadora é urgente que sejam implementadas políticas públicas para assegurar a integridade física e os direitos políticos das ameaçadas. Também é fundamental que os violadores sejam identificados e responsabilizados.

Benny Briolly afirma que a violência política tem raizes muito profundas, mas tambem é uma das faces do cenário político de aprofundamento de um genocídio por parte do Governo Bolsonaro. “A violência política no Brasil não começa, mas se aprofunda no governo Bolsonaro. Aliás, ele foi eleito pelo avanço de uma política do ódio fascista, que tem raízes profundas na formação brasileira”, diz a vereadora eleita a mulher mais votada do município de Niterói.

O conservadorismo brasileiro é estruturado no racismo dos quase 400 anos de escravidão e no genocídio do povo preto e dos povos indígenas. A abolição desse sistema escravocrata nunca aconteceu de fato e de tempos em tempos as formas de violência contra o nosso povo se atualizam. Nos últimos anos tivemos avanços importantes no enfrentamento dessa estrutura. Os movimentos negro, de mulheres, LGBTQI+ deram um salto de organizaçao, o que inclusive fez com que a gente começasse a ocupar espaços de poder e pautar as políticas públicas. Esse avanço incomodou muito e gerou uma reação.

“Penso que o governo Bolsonaro e o Bolsonarismo como um todo são uma reação aos nossos avanços. Uma tentativa de tentar interrompê-los. Por isso, também acredito que Bolsonaro será derrotado, porque não iremos recuar. Vamos seguir firmes e a passos largos pela libertação do nosso povo, por uma democracia de fato. Até que seja tudo nosso e nada deles” Benny afirma.

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