Após receber ameaças de morte, a vereadora niteroiense Benny Briolly (PSOL) saiu do país para garantir a integridade física. A decisão foi anunciada na noite desta quinta (13) através das redes sociais. O destino da parlamentar, no entanto, não foi divulgado.
De acordo com a nota divulgada, as violências começaram tão logo foi eleita. Na postagem, a parlamentar acusa outro vereador de Niterói, de vertente ideológica contrária, de incitar apoiadores a atacar a psolista já em dezembro de 2020, antes da posse, quando Benny foi acompanhar uma sessão. Ela precisou de escolta da Guarda Municipal, acionada por outros parlamentares, para deixar o local em segurança.
“Não é de hoje que parlamentares negras, travestis, mulheres, LGBTQIA + e defensoras dos direitos humanos sofrem com a violência política dentro e fora dos espaços legislativos e de tomadas de decisões. Essa prática é fruto da estrutura patriarcal e racista que desumaniza nossos corpos e teme o avanço do nosso projeto político de transformação da sociedade”, diz o trecho da nota.
Uma das ameaças exigia a renúncia da vereadora. “Como, por exemplo, um e-mail citando seu endereço que exigia sua renúncia do cargo; caso contrário iriam até sua casa mata-la. Além disso, Benny recebeu comentários em suas redes sociais desejando que ‘a metralhadora do Ronnie Lessa’ a atingisse”, relatou a nota. Ronnie Lessa é acusado de participar da morte da também vereadora Marielle Franco há três anos no Rio de Janeiro.
A medida de tirar Benny do país foi tomada pelo partido da parlamentar, o PSOL. “Há cinco meses nossa companheira vem enfrentando diversas ameaças e ofensas, tanto nas redes sociais como presencialmente. Foram comunicadas várias instâncias do Estado brasileiro sobre a grave situação e esperamos que medidas sejam tomadas. (…) Lutaremos para que o Estado garanta a integridade de nossa companheira, assim como sua atuação parlamentar. É o mínimo que se espera numa democracia e por ela lutamos”, diz a nota do diretório municipal do partido.
Benny seguirá com suas atividades parlamentares, já que as sessões plenárias da Câmara de Niterói acontecem virtualmente por conta da pandemia de Covid-19. A equipe da parlamentar seguirá, também, trabalhando normalmente.
“Porém é inegável que o afastamento cercea seus direitos políticos e prejudica profundamente o exercício do cargo para qual Benny foi eleita: vereadora de Niterói”, encerra o texto publicado nas redes de Benny Briolly.