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Vídeo: Homem agredido após acusação de assédio sexual na UFF volta à universidade ao ser liberado pela PM e apanha novamente

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O homem que foi agredido por estudantes e detido por policiais militares após ser acusado de assediar alunas no campus da UFF, em Niterói, na tarde desta quinta-feira (10), decidiu voltar a universidade após ser liberado pela polícia e ao ser reconhecido é novamente agredido.

O aluno do curso de veterinária, voltou a universidade à noite e foi direto para o refeitório do campus, onde foi reconhecido e novamente abordado pelos alunos da UFF com acusações sobre possíveis atos de assédio sexual. Testemunhas o gravaram se servindo e comendo no local, vestindo uma camisa branca completamente manchada de sangue.

Momentos depois, ele foi expulso do local pelos alunos. Ao sair do refeitório, o homem foi novamente agredido, com chutes e socos, além de um golpe na cabeça com um capacete.

Nesta sexta-feira (11), a Universidade Federal Fluminense emitiu nova nota sobre o caso, informando que tomou medidas a respeito do aluno acusado de assédio e reforçou que qualquer forma de “justiça” que não seja aplicada pelas autoridades competentes não é aceitável.

Confira a nota na íntegra:

A Universidade Federal Fluminense reafirma, por meio desta nota, seu posicionamento contra qualquer forma de assédio, importunação sexual e violência de gênero, além de reforçar seu compromisso com a apuração rigorosa de todos os fatos relacionados a essas situações.

Em uma sociedade marcada pelo machismo estrutural, que perpetua sua dominação por meio da opressão, assim como do recurso à violência como forma de solução de conflitos, as universidades têm um papel fundamental e uma responsabilidade crucial na construção de estratégias de conscientização e no engajamento coletivo para enfrentar e combater essas práticas.

Nesta quinta-feira, 10 de outubro, vivemos em nossa comunidade um episódio triste e reprovável sob muitos aspectos. Um estudante da nossa instituição foi acusado de abordar outras alunas em nosso restaurante universitário a partir de um comportamento que poderia ser classificado como de importunação sexual. Uma servidora, ao presenciar a situação, se aproximou para falar com a aluna, momento em que o estudante a questionou e, em seguida, desacatou a servidora. Diante da situação, a equipe de segurança da universidade foi acionada e, prontamente, entrou em contato com a Polícia Militar-PM. Em meio a uma atmosfera de tensão entre os estudantes presentes, o estudante foi retirado do restaurante enquanto aguardava a chegada da PM, que o conduziu à delegacia, onde foi registrado um boletim de ocorrência.

Dentre as providências cabíveis no âmbito interno, a UFF afastou cautelarmente o estudante por 60 dias e determinou medidas alternativas para continuidade de seus estudos nesse período, assim como formalizou o processo para a instauração de sindicância para apuração dos fatos. A partir desse procedimento, serão tomadas as medidas administrativas e acadêmicas necessárias dentro da esfera de competência da instituição. Essas ações são fundamentais para prevenir o risco de novos episódios de importunação, assédio, agressão ou violência de qualquer natureza.

É importante destacar que a justiça feita fora dos procedimentos legais não pode ser considerada uma resposta adequada para situações como essa. A investigação e a punição de atos tipificados como crimes devem ser conduzidas pelas instituições competentes, que têm a responsabilidade de garantir os direitos e preservar a integridade do sistema de justiça.

Reconhecemos a necessidade de constante aprimoramento dos mecanismos institucionais, tornando-os mais ágeis e eficazes, para evitar o constrangimento e outras formas de violência. A UFF está atenta a essas questões e empenhada em construir alternativas de forma colaborativa com a Ouvidoria, Corregedoria e da Comissão Permanente de Equidade de Gênero com canais institucionais permanentes de ação e acompanhamento.

A UFF lamenta profundamente o ocorrido e reafirma seu compromisso com a promoção de ações voltadas à conscientização da comunidade acadêmica sobre esses temas. Atualmente, a universidade está finalizando um estudo para a criação de uma seção especializada na Ouvidoria dedicada a casos de violência de gênero. Soma-se a isso, a implantação do serviço de videomonitoramento de todos os campi, cujo objetivo é melhorar a segurança da comunidade e a qualidade de vida na instituição. A UFF se coloca à disposição para prestar apoio e acolhimento às pessoas que sofreram assédio e importunação sexual no ambiente acadêmico e administrativo. Reforça ainda a importância de que qualquer situação de assédio, importunação sexual ou violência seja denunciada por meio dos canais competentes.

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