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Viradouro vai contar a história do maior exército de mulheres do mundo

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O trabalho no barracão da Unidos do Viradouro, na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio de Janeiro, está em seus momentos finais. Um retoque numa alegoria e uma recolagem em outra. Além de testes em efeitos especiais que serão apresentados no desfile no Sambódromo, na Avenida Marquês de Sapucaí. A agremiação será a sexta e última a se apresentar, fechando o Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial.

A vermelho e branco de Niterói vai apresentar o enredo “Arroboboi Dangbé”, e irá mostrar a força de mulheres negras guerreiras, que integraram um poderoso exército feminino do reino de Daomé (atual Benin), no século XVIII, contando sobre uma batalha que transformou uma cobra em deusa africana.

“A gente já está na fase final, já está entregando fantasias, ensaiando bastante e as nossas alegorias já estão sendo embaladas para o desfile. A gente está naquela fase que chamam no jargão do Carnaval de “perfumaria”. Colando detalhes que soltaram, fazendo testes de luz, de água, para que tudo dê certo na hora do nosso desfile”, conta o carnavalesco Tarcísio Zanon, de 36 anos, em seu quarto ano na agremiação e no segundo Carnaval solo.

“Estamos fazendo os últimos ajustes. Essa é a hora que recoloca uma coisa que descolou, que a gente faz os testes para ver se todos os movimentos e engrenagens estão ok, para que a gente não tenha nenhuma surpresa”, acrescenta.

Segundo Zanon, todos os carros alegóricos estão prontos. “Falta mesmo esses pequenos ajustes e embalar. Agora a gente faz a desmontagem. Todo Carnaval a gente monta e desmonta para fazer o processo do comboio. Eles saem aqui do barracão para chegar à Avenida Marquês de Sapucaí e e ser remontado”, explica.

Em relação às fantasias, falta finalizar as especiais. “As fantasias estão prontas e agora estamos finalizando as especiais, como musa, rainha de bateria, essa fase final também. Mas, as alas estão sendo entregues”, conta.

Tarcísio explica o enredo da escola:

“A Arroboi Dangbé vem na missão de desdemonizar a figura do vodu. As pessoas têm uma ideia completamente equivocada do que seja. Vodu significa vovodu, ou seja, tudo de bom para você. Essa ideia de que a serpente é demonizada, de que o vodu é magia para o mal, se descontroi e se transforma completamente a partir do momento em que a Viradouro traz essa visão de esclarecer para o grande público, reorganizar esse imaginário do que é de fato o vovodu e do que se transforma aqui no Brasil, que é o candomblé, que é um conjunto de magias que adora a natureza”, esclarece.

Segundo o carnavalesco, é um enredo histórico.

“A gente conta a história das guereiras Mino, que foram um exército de mulheres mais temidas do mundo, do reino de Daomé, porque elas participavam de um pacto, o treinamento espiritual, que era regido por Dangbé. Foi retratado no filme “A mulher rei”, no qual a Viola Davis é a protagonista, disputou até o Oscar. É esse momento do nosso desfile, que passa pela história delas, o pacto que elas fazem. Uma dessas guerreiras vem ao Brasil, a Ludovina, com a missão de perpetuar o culto vodum no Brasil. O nosso desfile começa com uma batalha, no século XVIII, quando o reino de Aladá contra Uidá lutavam, o Uidá era oprimido, quando a serpente sai de Aladá e vem ao sacrificador, que é essa figura do sacerdote dessa região, ele levanta essa serpente e nesse momento o outro exército se rende. A partir daí começa o culto a Dangbé”, conta.

Carros primam pelo bom acabamento

O carnavalesco adianta que as fantasias foram feitas pensando nas mudanças climátcas e no calor.

“A gente está trabalhando com tecido da alta tecnologia, que atletas usam, para que a gente possa ter uma boa troca de calor e proporcionar o máximo possível de conforto aos componentes”, explica.

“O público pode esperar carros bem conceituais, teatrais e emocionais. Apresentaremos uma África na linguagem do fantástico, num ambiente em que nós estamos tratando de um sagrado, que é místico e imaginário”, conta.

A inspiração para o enredo veio de um livro que ele ganhou no ano passado, de um amigo escritor, Moacir Maia. “Ele me antecipou a pesquisa sobre as sacerdotisas vodum, que ele lança este ano em março. O que me deu o start do enredo deste ano”, lembra Zanon.

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