Enquanto a Região Oceânica e a Zona Sul são bem servidas de transporte público, os moradores dos bairros da Zona Norte, como Barreto e Engenhoca têm motivos de queixas. Qualidade e quantidade de ônibus insuficientes. Essa é a frase que define a espera dos moradores da Zona Norte de Niterói pelo transporte coletivo. Desde o ano passado a longa espera pelos ônibus tem tirado a paciência dos moradores. De acordo com os relatos de passageiros, o problema da escassez de coletivos se repete diariamente e nos fins de semana, a situação fica ainda pior.
“Sou moradora do Barreto e tínhamos duas linhas, a 42 e 66. As empresas, sem qualquer comunicação, reduziram a frota. Passamos horas esperando um ônibus. Outro ponto é o estado destes veículos, muitos estão circulando de forma precária”, reclamou Ana Paula Teixeira.
As constantes reclamações fizeram o vereador Renato Cariello (PDT) protocolar, na Câmara Municipal de Niterói, um requerimento de informações à Subsecretaria Municipal de Transportes, com objetivo de entender o que se passa com a concessionária responsável pelas empresas que operam as linhas nos bairros do Barreto e Engenhoca (TransNit) e solicitar explicações acerca do serviço que, segundo os passageiros, é precário.
“É inaceitável que a população sofra com o serviço precário ofertado pelas empresas de ônibus. Estou acompanhando a situação de perto e já protocolei um requerimento para cobrar explicações do consórcio responsável pela Auto Ônibus Brasília e Viação Barreto, pois tem afetado a vida dos moradores da Zona Norte de Niterói que necessitam do transporte público”, enfatizou Cariello.
O requerimento denuncia o precário atendimento e a redução da frota das linhas 28 (Largo do Cravinho-Centro), 29 (o mesmo, só que via Avenida do Contorno), 41(Venda da Cruz – Centro, Via Benjamim Constant), 42 (Barreto – Centro, Via Rodoviária), 61 (Venda da Cruz-Icaraí) e 67 (Morro do Castro – Cova da Onça – Centro), todos da Auto Viação Brasília, integrante do consórcio Transnit, que atende os bairros da Zona Norte.
Procurada, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade informou que tem adotado todas as medidas de enfrentamento do contexto de grave crise dos transportes que vem atingindo as cidades brasileiras decorrentes da alta no preço do petróleo, redução da demanda por conta da pandemia e falta de novos coletivos para adquirir junto aos fabricantes. Dentre os esforços para manter o funcionamento, a qualidade do serviço e evitar a retirada de ônibus de circulação, inclui-se o congelamento da tarifa por três anos, entre 2019 e 2022, que evitou repassar os custos para os usuários.
Outra medida já adotada pela SMU foi a contratação do estudo de viabilidade de reequilíbrio financeiro dos transportes coletivos. O estudo vai avaliar todos os desequilíbrios de contrato que surgiram nos últimos cinco anos, incluindo a pandemia. É importante ressaltar que a prefeitura tem realizado todos os esforços possíveis para não repassar a consequência da escalada de preços dos combustíveis e insumos durante esse período para a tarifa do usuário, que será considerado no estudo de reequilíbrio financeiro.
A Subsecretaria de Trânsito e Transportes informou que realiza um trabalho rotineiro de fiscalização nas linhas, junto aos Consórcios, e, quando constatada alguma irregularidade, atua com notificação, multa ou recolhimento do veículo para garagem.