A retomada dos trabalhos legislativos após o recesso foi interrompida nesta terça-feira (05) por um protesto liderado por deputados e senadores da direita, em oposição ao governo federal.
Os parlamentares convocaram a manifestação após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (04).
Na Câmara dos Deputados, oposicionistas tomaram o plenário com cartazes e faixas na boca, em protesto contra o que consideram ser censura judicial. Os parlamentares bloquearam fisicamente o início das sessões.
No Senado, a tensão também se espalhou. O senador Humberto Costa (PT-PE), segundo vice-presidente da Casa, foi impedido de abrir a sessão por colegas da oposição, que mantiveram a obstrução mesmo após tentativas de retomada por parte da base governista.
“Pacote da paz”
O movimento da oposição é parte de uma estratégia articulada de obstrução, que inclui a apresentação de um chamado “pacote da paz”. O conjunto de medidas propõe:
- Aceleração da votação do projeto que concede anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro;
- Fim do foro privilegiado para autoridades;
- Abertura de processo de impeachment contra Alexandre de Moraes, ministro do STF.
Os parlamentares exigem que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), incluam os temas na pauta de votações. Até lá, prometem manter a obstrução nas duas Casas.