O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem foi solicitada pela Polícia Federal e não se refere ao cumprimento da pena de 27 anos de prisão à qual Bolsonaro já foi condenado, mas a uma medida cautelar.
Bolsonaro foi detido em sua residência, no Jardim Botânico, e levado em viaturas descaracterizadas para a Superintendência da Polícia Federal, onde chegou por volta das 6h35. Ele permanecerá em uma sala de Estado, espaço reservado a autoridades como ex-presidentes e outras figuras públicas de alta patente.
Segundo informações divulgadas pela PF, o mandado de prisão preventiva foi cumprido com as orientações estabelecidas por Moraes: sem uso de algemas e sem exposição midiática. O ministro destacou que a diligência deveria ocorrer com respeito à dignidade do ex-presidente.
As primeiras informações indicam que a decisão foi motivada por riscos à ordem pública. A PF apurou que Bolsonaro teria tentado romper a tornozeleira eletrônica por volta da meia-noite, numa tentativa de fuga. Além disso, vigílias estavam sendo organizadas nas proximidades do condomínio onde ele cumpria prisão domiciliar — incluindo uma convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — o que reforçou o pedido de prisão preventiva.
Advogados de Bolsonaro afirmaram não ter sido informados da ação até cerca de 6h40. O ex-presidente é o único alvo da medida; outros condenados no chamado “núcleo duro” da trama golpista não receberam mandados semelhantes.
Já na Superintendência da PF, Bolsonaro passou por exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística. A prisão, por ora, segue sem relação direta com a execução da pena já imposta pelo STF referente à tentativa de golpe de Estado.
