Você deve se lembrar da matéria do ErreJota Notícias sobre as condições dos ônibus intermunicipais que ligam Itaboraí, São Gonçalo e Niterói. A reportagem segue em busca de respostas acerca dos problemas apresentados, porém são poucas as informações.
Inicialmente, foi procurado o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (SETRERJ), que encaminhou a denúncia para o Detro-RJ e não tivemos mais respostas. A equipe de reportagem também procurou o Detro-RJ, cuja resposta informada foi que “não é permitido que ônibus intermunicipais circulem sem ar-condicionado em rodovias e estradas” e que, caso circulassem, estariam infringindo normas do órgão e estariam sujeitos à multa. Questionado novamente – e, dessa vez, com a reportagem enviando fotos dos ônibus (com prefixo dos coletivos) circulando sem ar condicionado e, alguns, sem rampa para cadeirante – o Detro-RJ não respondeu.
A reportagem aguardou, durante dias, o retorno do Detro-RJ. Sem respostas, foi procurada a Viação Mauá – proprietária de diversas viações de São Gonçalo, como ABC, Rio Ita, Fagundes e a própria Mauá – e a empresa não soube dar respostas sobre seus próprios veículos.
O SETRERJ foi procurado novamente, dessa vez por telefone. Quem atendeu foi o Presidente Executivo do SETRERJ, Márcio Coelho Barbosa. Questionamos sobre os ônibus das viações citadas acima continuarem sem Ar Condicionado e rampa para cadeirantes, mesmo sendo ordem do Detro-RJ. Ele solicitou que a reportagem enviasse fotos dos ônibus com o prefixo para questionar as empresas e dar-nos uma resposta válida. Recebemos, então, retorno da Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove).
“O SETRERJ, sindicato que representa as empresas de sistemas municipais e intermunicipais de ônibus, esclarece que as linhas mencionadas na reportagem praticam a tarifa SA, básica, que não prevê ar condicionado nos veículos. Não há, portanto, desrespeito à regulamentação do Detro”, disse a nota.
Mais uma vez a reportagem questionou o Detro e a Semove. Há “poréns” nas regras impostas pelo Detro? Quem está certo e quem está errado? Até então, o Detro solicitou as linhas abordadas na matéria. Já a Semove ficou de retornar o contato para esclarecimento. A Semove nos respondeu afirmando que, os ônibus citados da reportagem são de tarifa SA (ônibus mais baratos por não ter ar condicionado), porém São Gonçalo e Niterói não participam do programa.
Mais uma vez questionamos a Semove, que ficou de entrar em contato com o presidente do SETRERJ. Após o contato, a Semove nos informou que o presidente entraria em contato por telefone, porém ainda não entrou.
Por fim, o caso segue na mesma situação que antes… Sem resposta definitiva! Cadeirantes moradores do bairro Palmeiras, em São Gonçalo, não podem utilizar os ônibus, pois os mesmos não tem acesso para cadeirantes. Veículos do modelo Ideale 770, não possuem porta para acesso de deficientes. Idosos, crianças, grávidas e diversos trabalhadores continuam sofrendo com as condições das empresas, e alguns pagam quase R$7 para ir até Niterói.
Insistimos e mais uma vez entramos em contato com o Detro-RJ, procurando respostas sobre os ônibus sem acessibilidade. Em nota o Detro-RJ respondeu. “O Detro-RJ informa que desde 01 de julho de 2018, ficou proibida a utilização da cadeira de transbordo para embarque e desembarque de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, e os VEÍCULOS RODOVIÁRIOS destinados ao transporte coletivo de passageiros passaram a ser fabricados com plataformas elevatórias veiculares.”
Mais uma vez questionamos, pois nossa pergunta não tinha sido respondida na nota enviada pelo órgão e a resposta não tinha nada a ver com a pergunta. Nós estamos aguardando o retorno do Detro-RJ.
O ErreJota Notícias seguirá acompanhando o caso e questionando autoridades e órgãos responsáveis pelo transporte público, em busca de respostas e soluções.
*estagiário sob supervisão de Lucas Nunes