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Leia a nossa última edição #72

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“Criei ele desde pequeno para acontecer isso, uma covardia. Aquele lugar é um inferno”, diz pai de Djalma, morto no MCMV Inoã

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Declarações fortes marcaram a entrevista concedida por José Roberto de Souza, pai de Djalma de Azevedo, menino de 10 anos que morreu após ser alvejado na manhã desta terça (12) no Condomínio Residencial Carlos Alberto Soares de Freitas, o ‘Minha Casa, Minha Vida’ no Bosque Fundo, em Inoã. À imprensa na porta da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSG), José afirmou que a polícia foi a autora do tiro que vitimou Djalma e chamou o habitacional de “inferno”.

“Os policiais entraram atirando. Ninguém atirou. Os ‘vagabundos’ não atiraram, ninguém atirou. Eles que entraram atirando. O garoto não teve reação de correr. [Os tiros] Atingiram ele e uma garota que não sei quem foi porque levaram para a UPA”, disse José.

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José Roberto, que é auxiliar de serviços gerais, afirmou não ter ouvido tiros no residencial antes da chegada da polícia. “Antes, não [escutei tiros]. Só escutei os pipoco (sic) atirando. Aí eu fui correndo, não tomei banho, escovei o dente… Nada. Aí o pessoal veio me avisar: ‘seu filho foi morto'”, contou.

Djalma era autista e, segundo o relato do pai, não correu ao perceber a chegada da Polícia Militar. “Uma sacanagem. Tinha 10 anos, era autista. Criei ele desde pequeno para acontecer isso, uma covardia. Quero ver agora quem é que vai me ajudar. Aquele lugar é um inferno. Sempre acontece essa merda (sic)”, disse, em prantos.

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Mais repercussões – O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, publicou nota enfática desejando condolências e afirmando que a cidade “não vai aceitar a naturalização da violência”.

“Meu sentimento é de imensa tristeza pela morte do menino Dijalma, vítima de uma tragédia que choca a todos em nossa cidade. O nosso profundo pesar vem, contudo, junto de uma cobrança firme às autoridades policiais por resultado nas investigações dessa tragédia. Não vamos aceitar a naturalização da violência”, disse.

A Favela.Ong, também em nota, lembrou que a morte acontece uma semana após seminário que debateu a rotina dos moradores dos condomínios ‘Minha Casa, Minha Vida’ de Itaipuaçu e Inoã.

“O assassinato desta criança ocorre menos de uma semana após a realização do seminário ‘Sua Casa, Nosso Sonho’ (…) que promoveu o diálogo e a troca de experiências entre especialistas, líderes comunitários, autoridades locais e moradores. A Favela.Ong acredita no diálogo para o desenvolvimento de ações de afirmação da cidadania e dos direitos humanos através do desenvolvimento sustentável de nossas comunidades, para a construção de uma cultura de paz”, afirma o texto.

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