Com salários atrasados, funcionários dos hospitais estaduais Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo, e dos Lagos (HEL), em Saquarema, ameaçam parar as atividades caso a situação não seja regularizada. Ambas as unidades são administradas por Organizações Sociais (OS), que afirmam estar com contratos vencidos com a Secretaria de Estado de Saúde (SES).
No HEAT, os vencimentos de maio estão em aberto. Nem mesmo o vale-transporte foi pago. Na ultima quinta (24), os funcionários protestaram na porta da unidade, que é administrada pela OS “Instituto dos Lagos Rio”, que recebeu entre 2012 e 2019 mais de R$ 650 milhões em contratos com o estado. A OS também é investigada por supostos desvios de mais de R$ 9 milhões.
Na última quinta (25), o ex-dirigente e atual fornecedor da OS, Sildiney Gomes Costa, e o diretor-presidente do Instituto Lagos Rio, José Marcus Antunes Andrade, foram presos durante a Operação Pagão, do Ministério Público.
Já na unidade de Saquarema, administrada pela OS “Cruz Vermelha Brasileira”, os funcionários reclamam que há atraso de mais de 20 dias, sem férias e sem folgas. “A insatisfação no trabalho é notória diante da sobrecarga física e emocional que estamos sofrendo. Exigimos um posicionamento por parte da Organização Social de Saúde Cruz Vermelha Brasileira que até o presente momento não se pronunciou”, diz uma nota publicada por um coletivo dos funcionários.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que está revisando todos os contratos vencidos de OS em conjunto com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e com a Controladoria-Geral do Estado (CGE). A SES também destacou que está respondendo a questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Estadual.
“A nova gestão da secretaria destaca que já foi criado um grupo de trabalho entre três subsecretarias com o objetivo de agilizar a análise dos contratos e que a solução para pagamentos dos funcionários é prioridade da pasta”, conclui o texto.