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Justiça pode suspender ampliação de radares nas RJs 104 e 106

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Errejota Notícias

No trecho que liga Tribobó, em São Gonçalo, até Maricá, aproximadamente 28 quilômetros na RJ-106, foram instalados 10 radares limitadores de velocidade, uma média de um aparelho a cada três quilômetros. Além disso, os radares que antes controlavam a velocidade dos veículos em 60km/h, agora tiveram seus limites reduzidos, passando para 50Km/h. A proliferação destes equipamentos pode acabar na justiça. A informação foi dada durante audiência pública conjunta das comissões de Turismo e de Transportes da Assembléia Legislativa (ALERJ).   

A instalação de 100 “pardais” nas vias de acesso à Região dos Lagos uniu as duas comissões da ALERJ, secretários de turismo e de transportes dos municípios, representantes da hotelaria e o presidente da Turisrio, Thomaz Weber. Convocado para a audiência pública, o presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Uruan Cintra, não compareceu. Seu representante, o vice Raul Fanzeres, não soube informar quanto o DER arrecada com as multas aplicadas pelos radares, mas prometeu encaminhar o pedido dos parlamentares para rever o local de instalação dos equipamentos e retirá-los de áreas de risco, sobretudo no trecho em que a  RJ-106 corta o município de São Gonçalo.

A deputada Rosângela Zeidan (PT), de Maricá, sugeriu ao DER que procure os prefeitos da Região dos Lagos para que se façam parcerias para construção de passarelas nos trechos de grande movimento de pedestres nas rodovia, como está sendo feito em Maricá.

“Não vejo necessidade de tantos “pardais”. Os motoristas estão sendo lesados.  Com a redução da velocidade, os engarrafamentos nas rodovias agora são constantes. Além da questão do tráfico, os radares viraram problema de segurança pública, deixando os motoristas à mercê do tráfico. A solução é construir passarelas e retirar os pardais”,  sugeriu a deputada, da comissão de Turismo.

Já Filippe Poubel (PSL), deputado estadual, disse que trafega pela RJ-106 todos os dias e que os radares facilitam a vida dos bandidos.  O deputado anunciou que recorrerá ao Ministério Público para que a justiça determine a retirada dos equipamentos de áreas de risco, principalmente ao longo da RJ-106 (Niterói-Região dos Lagos), e os mantenha, com velocidade compatível com a via, apenas onde houver necessidade após estudos técnicos e de segurança.

“As rodovias estaduais agora são o shopping center dos vagabundos. A mando do tráfico, eles aproveitam a redução da velocidade nas áreas de risco para promover arrastões e assaltar os motoristas obrigados a trafegar a 50 quilômetros por hora em locais perigosos. O DER está transformando a RJ-106 na rodovia  da morte com o único propósito de arrecadar.   Os “pardais” servem para facilitar a vida dos bandidos e infernizar as pessoas de bem. Estamos reunindo depoimentos e informações técnicas para recorrer ao MP”, disse Poubel.

Presidente da Comissão de Turismo da Alerj, Welbert Rezende (PPS) disse que a audiência pública terá vários desdobramentos, sobretudo junto ao DER. Ele disse que ninguém é contra o controle de velocidade nas rodovias, mas que isso seja feito de forma coerente e segura após estudos técnicos revisados todos os anos.

“Na situação atual, ninguém pega a estrada tranqüilo e a viagem se transforma num stress. A situação se agrava quando a proliferação de radares ocorrem rodovias que ligam a capital ao principal destino turístico do Estado do Rio. Os equipamentos estão em locais perigosos e em outros onde não há histórico de acidentes, como é o caso da Via Lagos. É uma verdadeira operação caça-níqueis”,  disse o parlamentar.

O presidente da Turisrio, Thomaz Weber, que mora em Búzios, admitiu que os “pardais”, as péssimas condições das estradas e a insegurança estão provocando grandes perdas para o turismo da Região dos Lagos:

“Os acessos e o meio ambiente podem impactar o movimento turístico de forma positiva ou negativa. São muitas as reclamações sobre o excesso de radares nas rodovias de acesso à Região dos Lagos.  As pessoas deixam de ir, procurando outro destino, porque sabem que vão enfrentar longos engarrafamentos em estradas com problemas. Nos últimos dez anos, o movimento de turistas na região vem caindo a cada ano”, lamentou Weber.

Representante de São Gonçalo, Evanildo Barreto, secretário de Desenvolvimento Econômico do município, disse que os pardais e a violência também geram forte impacto na economia.

“É um tema que aflige uma cidade cortada pela Niterói-Manilha. Prospectar empresas, principalmente as que têm a logística no centro do seu negócio, se torna inviável. Indústrias transportadoras fazem seus estudos e recuam nos investimentos e as já instaladas se evadem”, lamentou.

O secretário de Turismo de Búzios, César Fernandes, confirmou.

“Além do excesso de pardais, a insegurança está nos tirando visitantes. Búzios fechou com as operadoras a vinda de turistas de alto padrão do interior de São Paulo. Chegamos a ter 20 viagens de ônibus de luxo em fins de semana. O programa foi extinto por causado do medo dos paulistas de passarem pelo Arco Metropolitano e pela Niterói-Manilha. Algo tem que ser feito”, apelou Fernandes.

Secretário de Transportes de Rio das Ostras, Marcus Rezende disse que o município teve que entrar na justiça para impedir que o DER instalasse radares no centro urbano da cidade, cortada pela BR-101.

“É um absurdo o DER instalar radares nas cidades sem ouvir os responsáveis pela mobilidade dos municípios”, criticou.

O representante do DER, Raul Fanzeres, afirmou que os radares são instalados após análise técnica que indica a necessidade do equipamento para evitar atropelamentos e outros acidentes nas rodovias. Assegurou que não há o intuito de arrecadar e que os recursos apurados são destinados a projetos de sinalização, educação do trânsito e melhoria das rodovias. E justificou o movimento do abandono das estradas:

 

“O DER contava no ano passado com um orçamento de R$ 500 milhões. Neste ano, a receita caiu para R$ 170 milhões, que mal dá para pagamento de pessoal. Mesmo assim foram reativados vários convênios, inclusive com a Polícia Rodoviária Estadual e com a Lei Seca. Com as parcerias, os poucos recursos estão sendo investidos na manutenção. Falta muita coisa, mas estamos buscando parcerias com os municípios e esperando a melhora do quando financeiro do estado”, explicou.

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