As ruas do Centro de Maricá foram tomadas, na manhã neste sábado (24), por dezenas de mulheres que querem fortalecer candidatas femininas da cidade. Através do movimento suprapartidário “Maricá das Mulheres”, o ato contou com a presença de diversas postulantes ao Legislativo municipal, que buscam quebrar um monopólio masculino de 20 anos na Câmara de Maricá.
Além das candidatas, o ato deste fim de semana contou com a presença de Diego Zeidan (PT), que é candidato à vice-prefeito na chapa de Fabiano Horta (PT). O evento – relacionado à Caminhada Outubro Rosa – faz parte de uma iniciativa proposta por movimentos sociais feministas da cidade e foi aderido por candidatas.
Presidente municipal da União Brasileira de Mulheres (UBM) e candidata pelo PCdoB, Mãe Simone destacou que a união feminina é fundamental para mudar o quadro atual de exclusividade masculina no grupo de políticos que decidem pelo município.
“Essa união é de suma importância para nós, mulheres da cidade. Quando as mulheres nos veem reunidas, elas veem que a gente têm um propósito e que estamos querendo, realmente, ocupar espaço para termos políticas públicas efetivas próximas de nós, pois somos nós que conhecemos nossas necessidades. É muito importante termos essa visibilidade e a cidade enxergar a gente. Esse movimento mostra que Maricá tem mulher e vai ter mulher na Câmara, sim”, destacou.
A também candidata pelo PCdoB Rafaela Lima acredita que é fundamental que as mulheres tenham voz não apenas no Legislativo municipal, mas sim ter força na sociedade em geral. “Primeiramente, precisamos da democratização desse espaço de poder e de tomada de decisão. Não podemos colocar uma mulher lá dentro apenas de uma forma simbólica, mas sim com representatividade e ativismo. Não é estar somente ali na Câmara de Vereadores, mas é estar e conseguir dialogar, fazendo essa ponte entre a sociedade civil e os Poderes Executivo e Legislativo. Falta uma voz da mulher lá dentro”, analisou.
Rafaela, que é estudante de Ciências Políticas, reforçou a importância da participação feminina no processo de decisão para que a mulher sinta-se, cada vez mais, partícipe do meio em que vive. “Muitas vezes temos homens decidindo por nós. Nem sempre a pessoa defende o que realmente o outro está precisando. Leonardo Boff tem uma frase muito interessante na qual ele diz: ‘a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam’. Então, se a pessoa não faz parte daquela comunidade que tem tais necessidades, ela não vai conseguir levar essas necessidades para esses espaços”, concluiu.